terça-feira, 27 de dezembro de 2011

24 years

Olhei o relógio impaciente louca pra que chegasse logo o horário do almoço, trabalhar em pleno aniverssário não é uma boa, mas tinha que trabalhar né. Olhei o relógio de novo 12:10. Joguei minhas coisas na bolsa olhando pra secretaria 'fecha o caixa pra mim, não to muito bem.'É claro, não iria aguentar mais nem um minuto naquela porra, realmente tecnologia me fascinava, mas não pra ficar o dia todo supervisionando a venda delas, eu queria sei la, algo mais, queria fazer algo como webdesigner, ou desenho industrial, e estava a um fio de largar aquilo e fazer o que tanto sonho. Olhei em volta descendo o degrau da entrada da loja, puxei o maço de Mallboro do bolso e acendi o cigarro sem preocupaçao. Senti alguém apertar minha cintura por traz me fazendo arrepiar, sorri soltando a fumaça. Olhei pra ela tão linda quanto a 5 anos atras, quando nos conhecemos. Seu cabelo agora repicado e preto liso, realmente linda, beijei-a rapidamente antes de terminar meu cigarro, olhei pra bituca quase pequena e a joguei no esgoto me virando totalmente pra ela.

A- Oi, posso saber o que a senhorita faz (olhando o relógio) no teu horário de tralho aqui?
R- Vim te dar meu beijo de parabéns ja que você praticamente fugiu de casa hoje pra mim não te prender na cama. (sorrindo lindamente)
A- Tinha que trabalhar, sabe disso.
R- Mas nâo è sempre que minha mulher faz 24 anos.
A- Precisava lembrar que to ficando velha? (franzindo a testa)
R- Amor eu tenho 28 e você me acha velha?
A- Não ... mas é dif...
R- Não tem nada de diferente, agora seja boazinha e venha almoçar comigo.

Ela me vence no cançaso, realmente não me agradava em nada lembrar que ja estou na casa dos 20, taquipariu 24 anos, as coisas voaram praticamente.

Sentamos na mesa mais afastada, ela pediu algo em coxixos pro garçon e eu mais preocupada com o menu nem percebi nada. Baixei a tabela da frente do meu rosto ao som do seu segundo chamado, em cima da mesa havia uma pequena caixinha envolta em camurça cor de vinho, olhei meio envergonhada sem saber o que dizer, e a peguei na palma da mão. Abri me deparando com um par de alianças lindissimas [ http://28.media.tumblr.com/tumblr_lwv97anm2Z1qi3tb0o1_500.jpg ]. A olhei com uma expressão interrogativa e só vi seu sorriso, pegou minha mão colocando a aliança na minha mão direita, repeti o ato entrelaçando nossas mãos em seguida.

R- Gostou?
A- Amei, só não entendi se isso foi um pedido de casamente (rindo meio boba com a aliança)
R- Se você quer, casamos ... contrato no civil e tudo o mais.
A- Ei calma, muita informação, mas eu vou pensar.
R- Então o que vai querer de presente?
A- Ah amor ja conversamos sobre isso.
R- Fala linda.
A- Se é muito chata viu. Mas enfim, tava pensando em fazer uma tatuagem, que cê acha?
R- Vai fazer o que?
A- Uma coruja nas costas. (mordendo o labio apreensiva com a reação dela)
R- Eu acho uma ótima ideia, vai ficar lindo, e ouvi falar que chegou uma tatuadora na cidade muito foda, a chamam de C. Rotty.
A- Nome bem bolado, enfim ... marca pra mim então, ja que quer tanto me dar um presente.
R- sim meu amor, faço questão de ligar pra la hoje, ai você vê o desenho que quer.

Sorri de orelha a orelha, eu sempre quiz fazer uma tatuagem mas me faltava coragem, e incrivelmente esse ano eu estava corajosa. Dei mais alguns beijos na minha linda e entrei na loja, 13:45 e eu ainda tinha até as 18 pra ficar naquela joça, fiquei olhando alguns sites com desenhos de tatuagens, procurando a minha futura. Era meu aniverssário e eu não tava nem ai, coloquei a secretaria no serviço e fiquei vadiando até o horario de ir embora, antes mesmo de pegar minha bolsa Rafa ja estava na frente da loja buzinando. Peguei a folha do desenho da impressora e sai correndo até o carro. Sentei jogando as coisas no banco de traz e ela me estendeu um cartãozinho com o endereço e o horario da sessão. Quase pirei feito uma criança dentro do carro. Dei um selinho nela e descansei a cabeça no banco, mesmo vadiando naquela loja eu canso. E eu queria saber do que, mas né.

Pensamento no Futuro

Eu fui muito esperta em não ter exagerado na maquiagem, porque chorei muito, minha mãe tava simplesmente perfeita, e o sorriso nos labios dela denunciavam o tamanho do sentimento que ela tinha por Tiago, eu estava feliz, por ela, por mim, por ele ... um cara de sorte. Tudo foi como planejado, nada fora do comum, a não ser pelos olhos curiosos do padrinho do Tiago, olhando minha Rafa como se ela fosse um pedaço de carne a se escolher. Sorri ao encontrar o olhar dele, entrelaçando minha mão na dela. Era bom que as coisas se mostrassem nos seus devidos lugares pra que não haja nenhuma duvidas a quem ela pertence. Sei, sou super ciumenta, nossa ... muito mesmo. 

Enfim aquele dia todo puchado de maquiagem e ultimos detalhes, foi esquecido na festa após a cerimonia. Eu realmente me diverti, paralisada em o quanto ela estava linda, e como o seu sorriso era tão meu. Ela me fazia esquecer que eu não teria Cher de volta, é meio injusto ficar pensando nela nessa nova faze, praticamente morando com a Rafa. Mas eu nunca vou poder negar que o meu amor sempre foi e sempre será da Cher, minha Cher. Se eu não tivesse tanto medo de magoar essa coisa linda que esta ao meu lado, eu iria atras dela, iria até o inferno procurá-la, mas não dá, sei o grande mal que vou faria ao coração da Rafa se fizesse isso, então chega, chega disso. As coisas acabam, sempre acabam.

R- Ta pensando em que amor?
A- Em como vai ser diferente daqui pra frente. (olhando a rua da janela do carro)
R- E o que é diferente pra você?
A- Sei la, estar praticamente casada com você, o que não é ruim, mas eu só tenho 18 anos, e tam...
R- Shiiiiu (tapando minha boca, dividindo o olhar com o transito e meus olhos), tudo vai ser como agente quer, você não vai perder nada por estar 'casada' comigo, agente se gosta e eu vou fazer tudo que você quiser pequena.
A- As vezes eu me pergunto o por que de você ser tão 'tudo'.
R- É só o resultado do teu carinho amor. Só isso.

Sorri tentando esquecer de um passado não tão longe, e a beijei rapidamente, corando enquanto ela me observava furtivamente do banco do motorista.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Pré-Casamento >.<'

Acordei, ainda bebada de sono, fitei o teto pensativa e resolvi nao ir a aula, ja não tinha mais o que fazer no colégio, ja estava mais do que passada, só de pensar no 3º ano me dava um nó no estomago. Levantei pro meu banho matinal, pensando a todo momento como falar com ela, me vesti e catei meu celular caido no chão ao lado da cama. Tremi só de imaginar a voz dela nos meus ouvidos, criei coragem e disquei.

C- Alô?
A- Err, oi, sou eu .. Ana.
C- Eu sei, ce ta bem?
A- Sim, eu ... queria te ver, tem como.
C- Desculpa, não tem mais como, eu não to mais na cidade.
A- Não? Comooo assim?
C- To no aeroporto esperando meu vôo pra São Paulo.
A- Mas, você volta? E a Meg? Vocês não estavam juntas?
C- Não, não volto ... to me mudando pra ca com minha mãe, e eu e a Meg nunca tivemos nada, ela só foi uma boa amiga, você sabe que meu grande amor, que minha vida se resume a ti, mas você escolheu outros caminhos.
A- Não (chorando), volta, agent...
C- Chamaram meu vô, ce cuida meu amor, eu te amo, nunca esqueça.

Ouvi o som da linha sendo desligada, segurei o celular no ar, sem poder ver direito quem estava a minha frente, meus olhos cheios d'água embaçavam tudo, limpei o excesso olhando pra porta, vendo a menina da pele branquinha, que me segurou nos braços, deixando que eu desabasse num choro por alguém que não era ela, mas mesmo assim ela estava ali, comigo, me apertando cada vez mais sobre o seu peito, bagunçando meus cabelos, duas horas de choro e soluços insistentes, nenhuma palavra dita, mas aos poucos seu sussurar de uma canção imaginária foi me acalmando, me fazendo abrir mais os olhos e escutar com atenção a voz daquela que estava ali só pra mim, me protegendo do mundo nos seus braços, dei um meio sorriso subindo no colo dela, me ajeitei como se fosse um bebe, fungando perto de seu cabelo pra sentir aquele cheiro maravilhoso.

Tudo seria diferente sem a Cher, assim como ela apareceu na minha vida, simplesmente se foi, e doía saber que fui eu a causa dela ir, que eu não fiz nada pra impedir. Mas aquele anjo dos olhos cor de mel, me fazia esquecer as dores, num simples abraço, resolvi seguir em frente, seguir sem olhar pro passado, porque querendo ou não, Cher era passado ... por culpa minha, e decisão dela.

As coisas correm e eu nem sei explicar o quão era bom estar com a Rafa, minha mãe as portas do casamento, e meu bebe mais dormia na minha casa no que na dela. Era praticamente um casamento, sorri ao ver minha mãe esperimentando o vestido, perfeito, parecendo uma princesa. Era tudo tão surreal, eu de mãos dadas com a minha namorada vendo a minha mãe vestida de noiva. O melhor era ver o sorriso dela ao ver nossas mãos entrelaçadas, talvez ela gostasse da idéia de que eu não iria ficar tão sozinha, não iria me sentir abandonada por ela, e realmente, ter a 'minha' própria casa, minha lindinha praticamente acordando todos os dias do meu lado, claro tirando a pirralha que vagava furtivamente pela casa, mas graças a Deus ela não ligava pro fato de eu estar no quarto ao lado transando com uma mulher, ou pelo menos não falava nada, o quarto da minha mãe que agora era meu,  era grande e abafava os sons, só se eu gritasse muito alto, o que com ela não era nada impossível (risos), mas era tudo tão perfeito ... tão nos seus lugares, que realmente parecia um sonho.

(...)

Olhei pra porta do banheiro enquanto calçava meu salto, minha namorada perfeita num vestido longo, cinza com detalhes em prata, realmente perfeita [http://heart-crumbled.tumblr.com/post/14722119385], eu como não tenho todo o corpo dela resolvi colocar algo simples, mas que eu acho lindo [http://heart-crumbled.tumblr.com/post/14722111399]. Seria trabalhoso proteger aquela coisa perfeito dos olhares dos homens. Mordi o lábio fugindo do meu devaneio, olhando-a dos pés a cabeça.

A- Vai dar trabalho te proteger assim, tão linda.
R- Não vai precisar, eu sou somente tua linda.

Selei meus labios nos dela, me policiando pra não me perder naquela boca, daria muito trabalho colocar as roupas de novo, e fazer cabelo, etc (risos).

Mother, I'm gay!

Quase dois meses de tormento e eu não sabia o que fazer, eu sabia que tinha feito a pior burrada da minha vida, mas quando eu pensava na Rafa tudo desmoronava, segundo ela eu era importante, não podia ferir os sentimentos dela assim. Mas ao mesmo tempo minha cabeça me acusava, meu coração gritava pela menina de cabelos negros, por aquela pele tatuada, onde só eu conhecia cada linha e cada cor que se emaranhavam nos desenhos lindos que ela tinha, minha Cher, fez de tudo pra me proteger, e o que eu fiz?!! À abandonei, simplesmente a troquei por alguém que claro é importante, mas não tanto quanto ela era. Eu não sai de casa pra não ver ela e Meg juntas, na verdade eu nem sabia se ela tinha cedido aos encantos daquela biscate, mas eu não queria ter certeza. Decidida a tentar salvar algo ainda existente entre eu e a minha Cher resolvi termina com a Rafa, mas não era uma coisa simples a se fazer. Liguei, 3 tok's, 4, 5, 6 e nada ... até quase no 16º tok ela me atendeu esbaforida.

A- Que cê tava fazendo?
R- Eu ... eu tava correndo atras do Larye.
A- Larye?
R- Nosso cachorro amor ... (respirando pesado)
A- Mas você nem me perguntou sobre isso, é bom que ele fique por ai.
R- Você não gostou? Eu ... er, eu posso devolve-lo se quiser amor.
A- Não, claaro que eu gostei, só to com uns problemas na cabeça. Então vem pra cá?
R- Claro, to morrendo de saudades.
A- Ta bom, te esperando linda.

E tive certeza que eu não iria conseguir fazer aquilo com ela, não tinha como, era ferir de mais uma mesma pessoa. Tomei um banho deixando pra procurar a Cher no outro dia, quando eu estivesse mais calma. As três batidinhas na porta eram inconfundíveis, gritei pra ela entrar enquanto eu secava o cabelo. Logo seus braços me envolveram por tras, e um longo suspiro entre meus cabelos molhados me fizeram arrepiar. Me virei me jogando naquele abraço confortavel, roçando meu nariz na pele branquinha dela, quase tão clara que podia se distinguir as veias em qualquer parte do seu corpo. Sorri colando minha boca na dela, num selinho apertado, cheio de saudade. Que confusão essa minha vida eu pensei ainda com a boca na dela. Tudo com ela era tão quente, calmo ... mas quente, parecia que cada toque dela foi criado especialmente pra mim, porque tinham efeitos surpreendentes, e era inevitável não acabar assim, agarradas sem nenhuma peça cobrindo o corpo na grande cama da minha mãe. Seus olhos pareciam buscar algo que eu não sabia o que era, mas vasculhavam os meus de uma forma instigante, tudo tão magico que não percebi nada, apenas uma leve engasgada da porta do quarto, virei vendo os olhos da minha mãe, pulei da cama me enrolando na toalha, jogando o lençol por cima da Rafa. Ela me olhou fechando a porta e saiu. Olhei pra Rafa com um misto de surpresa, medo ... quase apavorada, ela iria me rejeitar? Foi a pergunta que fiz pra Rafa, sem resposta. Me vesti mais que rapidamente levando-a até a porta, um selinho rapido e aquele olhar dela me encorajando, 'vai dar tudo certo amor' foi o que ouvi da boca dela enquanto se afastava.

Virei, fechei a porta e ouvi o barulho do salto dela adentrando a sala, olhei com certo medo, com vergonha, eu diria pavor. Seus olhos fitavam os meus sérios, e eu não conseguia encontrar algo neles que me dissessem o que se passava no coração dela. Foi ela quem cortou o silêncio, tirando um copo de água dos lábios.

G- Quando pensava em me contar que é lésbica? (falando um pouco irônica)
A- Mãe eu ... desculpa, eu só não esperava você vir pra casa, ultimamente você nem fica por aqui.
G- Isso não quer dizer que você possa me esconder as coisas. 
A- Eu ia te contar, mas ainda faltava coragem.
G- Precisa de coragem?
A- Sim, tanta menina que foi expulsa de casa, rejeitada pela familia, eu ... tinha medo.
G- Filha, (largando o copo sobre a mesinha de centro) eu ja sabia, tem meses, mas eu to chateada por você não ter me contado, não vou te rejeitar, não te carreguei 9 meses aqui dentro (acarinhando a própria barriga), e te criei até agora pra te largar nesse mundo preconceituoso.
A- Ce ta falando sério? Isso quer dizer que você (esgasguei), você me aceita?
G- Claro, desde que não me esconda mais nada e essa moça venha se apresentar formalmente.

Corri de encontro ao conforto do abraço dela, chorando sem parar, tentando acreditar em tudo aquilo, suas mãos me apertaram contra seu corpo, afagando meus cabelos, depositando um beijo sobre eles. Ficamos perdidas naquele carinho sem fim, tanto tempo que não tinha minha mãe pra mim, ainda mais sabendo sobre mim, era tão surreal. Escutei ela engasgar ...

G- Ah tem uma coisa (olhando perdida pra janela), não quero que use minha cama pra ... você sabe, pelo menos até eu casar.

Foi minha vez de engasgar 'caca...caaaasar?'

G- Sim, só vou esperar você completar 18 e vou me casar com o Tiago, se você quer ir morar conosco, se não vou deixar você ficar aqui, claro com a supervisão da tua prima do interior que passou pro ensino médio e vai morar com vc.
A- Ah, uma pirralha me supervisonando?
G- Não reclama, se não você vem morar comigo e o Tiago.
A- Ta, ta ... ta de bom tamnho.

Longa conversa que acabou as 2 da madrugada, minha mãe era um tanto curiosa, queria saber detalhes, e eu mais vermelha que um tomate finalizei a conversa 'oras é gostoso assim como deve ser com o tal Tiago', ela corou entendendo que eu não iria dizer mais nada e me beijou na testa me mandando dormir. Deitei na cama digitando um sms sem pressa pra Rafa. 

'ta acordada lindinha?'

Não muito depois recebi a resposta.

'Não, to aqui preocupada com você, me liga'

Liguei pra ela perdendo mais meia hora de um pseudo sono, contei tudo que aconteceu, e sobre as decisões da minha mãe, ela gaguejou quando falei que teria que se apresentar formalmente. Ri sem parar dela, dando um tchau mais que carinhoso e desabei cansada, num sono mais que necessário. Por aquele dia esqeci da Cher, mas eu ainda iria procurá-la.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Surpresas

A Cher foi o meu início, foi quem me mostrou que o amor é ... seja como for, é e sempre será amor ... puro e simples. Mas a vida reserva muitas coisas, e é bem obvio que eu não passaria o resto da minha vida ao lado dela ... eu não acredito em conto de fadas, apesar de estar apaixonada por uma princesa.

Cher foi o meu primeiro amor, mas eu estou inegavelmente, perdidamente apaixonada por essa coisa fofa que dorme agora, agarrada a mim como se eu fosse um tesouro ao qual ela devia proteger. Sorri ao vê-la roçar os labios pelo próprio braço. Abriu apenas um olho, me espiou rapidamente pra logo depois deixar sua voz rouca afagar meus ouvidos.

R- Bom dia linda.
A- Bom dia meu amor.
R- "Amor" ?
A- Sim! MEU AMOR!
R- Fofa.

Tentei aproveitar ao máximo o dia com ela. Mas eu tinha que ir, queria falar com a Cher. Caminhei  até a casa dela já que ela não me atendia. Sentia um arrepio por medo de encontrar ele. Mas foda-se, agora eu sabia que ele era o agressor, e se ele fizesse algo iria direto na polícia. Caminhei pelo gramado e parei ao ver a mãe dela saindo. Estava com bolsas gigantes abaixo dos olhos, aroxeadas e a espressão muito abatida. Me aproximei perguntando pela Cher, e ela começou a chorar como se nada importasse. Deixei ela se acalmar e perguntei de novo.

A- Cadê a Cher?
 - No hospital. (choro)
A- Mas como assim? Por quê?
 - Ela ... ela teve uma overdose, e ... foi violentada ... (chorando muito)
A- Por quem? [ mas eu ja sabia a resposta ]
 - Meu ex marido.
A- Você tava indo pra la não é?
 - Sim ... voo...vocêe vem?
A- Sim.

Talvez eu estivesse sendo egoista, mas não iria voltar com ela. Querendo ou não, o fato dela estar se sujeitando a tudo isso era meu.

Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta do quarto com cuidado, com medo de acordá-la. A visão era assustadora, caí num choro calmo me perguntando onde estava a minha Cher. O corpo dela estava pior que o meu quando aquele fdp me ... violentou.


Sentei ao lado da cama pegando a mão dela. Seus olhos abriram com extrema dificuldade e sua mão se apertou contra a minha.

C- A..aamor. (tentando sorrir)
A- Shiuu ... descansa ... vou estar aqui quando você acordar.

Seus olhos se fecharam e ela dormiu. Eu fiquei com ela longas 3 semanas. Mas fiquei. Afinal ela um dia ficou por mim. Nessas 3 semanas a figura mais frequente no hospital além de mim e a mãe da Cher era a Meg. Eu não entendia a presença dela la. Mas fazia bem a Cher, toda vez que ela vinha a Cher sorria mais, tagarelava feito uma idiota.


No dia da auta eu esperava ela do lado de fora, e a Meg veio falar comigo.

M- Você vai voltar com ela?
A- Não, por que?
M- Porque eu quero cuidar dela, de todas as formas.
A- Eu não entendo teu apego nela.
M- Eu me apaixonei por ela desde o primeiro dia de aula.
A- Mas você disse que era de mim que tu gostava.
M- Como amiga! Mas eu fui falsa confesso, tentei separar vocês, e consegui, mas ela não quiz saber de mim até 2 meses atras.
A- Nossa u.u (ela tava me traindo que maravilha)
M- Desculpa eu sei que errei. Mas agora você gosta de outra. Então ... me deixa cuidar dela?
A- Isso não sou eu que escolho, mas se for fazer bem a ela, você tem minha aprovação, meu apoio. (se é que precisa disso)
M- Brigada Aninha.

A morena de olhos azuis antes minha, saiu olhando pra nós. Me aproximei dando um beijo em sua bochecha e disse que tinha que ir. Deixei-as sozinhas e fui pra minha casa, saudades de lá, da minha mãe, da minha Rafa. Pensei a caminho ... "Talvez dê certo! Talvez faça bem a ela!" Cruzei o indicador com o medio, tentando trazer positividade.


É o que eu espero...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ATENÇÃO LINDAS!

Bom como algumas não sabem, vou repetir ... a fic ta chegando ao fim, nos próximos posts o fim de todo esse rolo vai ficar bem evidente, não sei se vcs vão gostar do que eu to escrevendo ... mas é bem claro que nem sempre temos final felizes pra todos. Por tando leiam e não me matem, ok? 


E também to aqui pra deixar meu msn 
[ jhudy_skate@hotmail.com ] caso vocês queiram ficar informadas pras próximas fic's, que não seram postadas no Blogspot e sim no Nyah.

( Ao me add, se indentifiquem, digam que são do blog )


Beijos lindas ^-^

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Me leva daqui!

Olhei em volta tentando desfazer a dor de cabeça que me encomodava, meu corpo bem acomodado na cama dela, perdido entre os lençois, me encontrava só com a blusa e minha calcinha, minha calça perfeitamente dobrada sobre o bidê ao lado da cama. Abri mais os olhos, me apoiando nos cotovelos, vi sua cabeça recostada nos pés da cama, seus braços imitando um travesseiro por de baixo das suas bochechas, e o resto do corpo largado no chão, me bateu uma pena, dela ali daquele jeito. Desci me posicionando atras dela, puxando suas costas pro meu peito, apoiando sua cabeça no meu ombro. Devia estar cansada. Passei a mão pela extensão da franja dela, num carinho repetitivo.

A- Amor acorda.
R- Que foi? (falando rouca)
A- Vem pra cama, ta toda torta ai.

Segurei-a entre meus braços a puxando pro meu colo.

A- Me ajuda por que não sou tão forte assim.

Ela se pôs levemente de pé jogando as costas na cama. Engatinhei até o travesseiro e a puxei pra cima, deitando-a no meu braço.

R- To tão gorda assim?
A- Não linda (sorri) , é gostosa. Só que eu sou fraquinha mesmo.
R- Ta bom então. (passou a mão pelo meu rosto) ... você ta bem?
A- Melhor ... eu não sei o que pensar, to me sentindo uma idiota, ela ... ela tentando me proteger e eu ... eu fui la e acabei com agente.


Ela fechou os olhos, engolindo um suposto choro, tentando disfarçar. Mas eu sentia que ela poderia desabar.

A- Ta tudo bem, to aqui com você.
R- Eu ... axo que você deve dar uma chance a ela.
A- Mas ... e nós, cê ta desistindo?
R- Não, mas você não me ama.
A- Para de falar bobagem, eu gosto de mais de você, ultimamente bem mais do que a Cher.
R- Só não quero me machucar.

A porta da frente fez um barulho e logo a cabeleira loira de Leticia apareceu no quarto, distraida, tagarelando algo. Quando viu agente. Ela não disse nada, largou as sacolas que tinha em mãos e saiu, batento a porta em seguida. Ouvi a Rafa resmungar 'ÓTIMO'. Sentei na cama colocando uma perna da calça, afim de ir embora dali logo. Ela fez a volta na cama, se ajoelhando na minha frente.

R- Onde cê vai?
A- Embora, vocês duas precisam conversar.

Sua mão subiu pro meu rosto, e seu corpo avançou sobre o meu, tudo que eu ainda falaria foi calado pela boca dela, naquele beijo que me tirava do ar. Foi empurrando com os pés a minha calça, me deixando só de calcinha de novo.  Fugi da boca dela, tentando respirar, enquanto a boca dela descia sem pudor nenhum pela minha barriga, chegando ao meu sexo. Tentei abrir a boca pra protestar, mas ela puxou minha calcinha pro lado, e ao toque da lingua dela eu estremeci e minha boca só se abriu pra soltar gemidos frequentes. Meu corpo parecia entrar em nostalgia, eu não conseguia controlar meus movimentos na lingua dela, nem meus próprios gemidos. Só lancei minhas mãos aos cabelos dela, a puxando mais ainda pro meu sexo, a fim de que ela limpasse tudo que agora explodia de mim, num orgasmo inesperado e maravilhoso. Larguei os corpo ofegando na cama, e ela veio engatinhando em cima de mim. Me olhando de uma forma que não tive escolha a não ser continuar pela manhã a fora o que ela tinha começado.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Acabou?

Olhei pra fora pensando em tudo, tinha tanta coisa, a Cher ... a Leticia, mas eu tava decidida. Fui desperta do meu pequeno devaneio com os dedos dela subindo pelo meu braço. Foi se chegando, devagarinho, me puxou pra perto, apenas roçando os lábios nos meus, e eu esperando o beijo que não veio. Abri os olhos. 'Que foi?' , só obtive um balançar de cabeça negativo pra logo em seguida sentir a força do selinho dela. Ficamos belos minutos ali daquele jeito, Rocei meu nariz no dela, minha mão pousada sobre a bochecha rosada e quentinha sentiram seus dedos a puxar em direção a sua cintura. Levemente entreabriu a boca pra me fazer sentir as borboletas no estomago, aquela língua buscando pela minha, ela me tirava o folego, Era um beijo magico, e agente não fez nada, absolutamente nada. Apesar de eu ter tentado. Ela só disse 'Não vou transar as escondias' e simplesmente sorriu me beijando de novo. Ela era linda, o jeitinho como seus olhos me acompanhavam, o modo como a boca dela mexia ao falar, era tudo tão lindo, sem contar a atenção toda que ela me dava. Eu estava com medo de machucá-la, afinal ela mesma disse que eu sou o primeiro amor dela. Eu espero estar fazendo a coisa certa. Sofri pra levantar da cama, mas tinha que levantar, resolvi falar com a Cher logo cedo. Fui pra cozinha seguindo o cheirinho que vinha de la, delicioso por sinal, ela virada de costas, se atrapalhando no fogão. Cheguei por trás a abraçando, entrelacei minhas maos sobre a barriga dela, sentindo o cheirinho que vinha do fogão, mordisquei o pescoço dela tentando espiar o que ela fazia ... omelete! Tão gostoso ficar assim grudadinha nela.

R- Se ficar assim tão gr..

Fomos interrompidas pelo tilintar de um molho de chaves sobre a mesa da cozinha, meu coração veio na boca, minha cabeça materializando minha mãe ali, mas quando virei não foi ela que encontrei.

A- Ch .. Cher? Que você ta fazendo aqui?
C- Que porra é essa eu quero saber. Eu não tinha dito que só quando eu estivesse junto?!!
A- Agente não fez nada. E agente precisa conversar...definitivamente.
C- Como assim? (fuzilando Rafaela de canto)
A- (olhei pra Rafa como se pedisse)
R- Eu vou indo, sabe como me achar. (caminhando em direção a sala)

Longos minutos que pareciam anos se passaram até que eu escutasse a porta da frente batendo.

C- E entao?
A- (Suspirei, sentando numa cadeira) Cher eu quero terminar. Alias eu quero, e estou fazendo isso agora.
C- Tu ta louca? Eu não vivo sem você ... não pode fazer isso.

Empurrei uma cadeira com o pé, pedindo que ela sentasse. Peguei um de seus braços, e passei os dedos pelas marcas horriveis que se fixavam na altura da veia do braço, na dobra do mesmo. Tava horrivel, parecia ter sido picado milhares de vezes, uma ferida sobre a outra. Fiquei perdida ali até ela puxar o braço.

A- Não da Cher, não da, desculpa ...
C- Por que isso agora?
A- Você ta me trocando por isso (fiz sinal pro braço dela)
C- Eu sei que to fazendo tudo errado, mas não faz isso comigo, com agente, eu te amo mais que qualquer coisa, eu luto por você todos os dias.
A- Não da, e eu to apaixonada ...

Seus olhos se transformaram em um vermelho de raiva, possessos.

C- Por quem?
A- Pela Rafa ... eu sei que não tem explicação, mas eu só qu...
C- Não precisa dizer nada,(se levantando) só quero que saiba uma coisa, a pessoa que fez aquilo contigo aquela vez, lembra?!! Essa pessoa tem nome e endereço, meu padrasto, e desde que ele fez aquilo eu tenho transado com ele, pra salvar você, Se eu não estivesse fazendo isso, e tentado me acalmar com essa merda de droga você ... talvez nem estivesse mais viva. Mas quero que seja feliz, apesar de tudo eu te amo.

Eu não tive tempo de dizer nada, meus deus, como assim? Aquilo caiu como uma bomba no meu colo. Minha Cher se sujeitando aquilo pra me salvar. Eu não sabia o que pensar. Corri até o quarto, coloquei uma roupa quarquer e liguei pra Rafa pedindo o endereço da casa dela. Paguei a merda do táxi e praticamente derrubei a porta da casa dela, Quando vi aqueles olhos, me grudei num abraço tão apertado que ela pode saber tudo.

A- Você sabia?
R- Do que?
A- Do padrasto dela ...
R- Sim (baixando a cabeça)
A- Por que ... por que não me disse?
R- Não cabia a mim contar, era uma coisa que ela tinha o dever de fazer.
A- Eu ... (caindo num choro baixo)

Me puxou pra si, deitando minha cabeça no seu colo. Chorei tanto que não vi mais nada, simplesmente apaguei.

sábado, 26 de novembro de 2011

Devaneios somados a lagrimas

Tudo aquilo que eu vinha sufocando a 2 meses, transbordou, chorei como nunca chorei até esse aquele momento da minha vida. Eu sintia que minha alma, meu corpo e o meu coração eram presos a Cher, mas ela vinha me magoando de mais, eu fui confundindo, meu amor por ela tinha acabado?! Não, definitivamente não, mas eu não estava mais aguentando aquilo, doía de mais ser trocada por uma droga, olhar pra ela e ver os efeitos de tudo aquilo que ela vinha fazendo as escondidas. Por que? Não faz sentido. Eu sempre ouvi dizer que drogas eram um refugio ... mas do que ela tava fugindo? 


Meu deus que tortura, eu queria que tudo estivesse bem, mas ainda pra completar tinha esse sentimento pela Rafa, nao sei o que era, mas era forte, talvez até uma certa possessão. Mas era muito bom estar com ela, apesar de termos ficado 2 vezes, era magico, era mais do que eu vinha sentindo com a Cher, era como no começo do meu namoro com a Cher, era perfeito, eu sempre queria mais, queria ela 24 horas perto de mim. Mas as coisas estavam mudando, e eu não sei bem onde elas iriam dar...


Duas batidas na porta, levantei me arastando, olhei de relance pro fundo espelhado da mesa de centro na sala, e minha maquiagem estava um caos, não me importei, abri a porta e me deparei com os olhos lindos dela, aquele cabelo liso, brilhante, cheiroso. Pulei no pescoço dela, como se pedisse que me arrancasse aquela dor do peito, mas ela não podia. Senti seus braços se apertarem na minha cintura, me levantando alguns centimetros me colocando mais a frente e empurrando a porta com o pé. Voltou me abraçando, me puxou contra o peito, me escondendo ali, como se quisesse me proteger das facas infindaveis que dilaceravam meu coração a cerca de 1 hora. Ela não disse uma palavra, sentou no sofá, me puxou pro colo, como se eu fosse um bebê, seu bebê. E eu não consegui, desabei de novo. Chorei por minutos suficientes pra que minhas lagrimas acabassem e dessem lugar aos soluços involuntarios. Ela puxou meu rosto inxado, limpando os resquicios de lagrimas que haviam ali. Beijou minha testa.

R- Quer conversar agora?
A- Não (balancei a cabeça negativamente, roendo minhas unhas)
R- Vem (me puxou, passando o braço pela minha cintura, me conduzindo ao quarto)

Pegou a toalha molhando-a na torneira do banheiro, e foi limpando meus olhos, deixando minhas lagrimas misturadas com o rímeon na toalha. Tirou minha blusa e a calça jeans, me deixando só de roupa intima, foi me puxando de volta ao quarto. Me deitou, cobrindo até a altura da minha cintura com o lençol, me deu um beijo na bochecha.

R- Se precisar de mim, é só me ligar. (e foi saindo)
A- Rafa, fica. Dorme comigo (lagrimas querendo voltar)

Ela voltou três passos ainda de costas, me olhou, tirando o salto, e entrando de baixo do lençol, fui me aconchegando na conchinha que o corpo dela fazia, puxei seu braço por cima da minha cintura, entrelaçando minha mao na dela, sobre a minha barriga. Aquilo me aquietou, meus pensamentos, o choro, mas não meu coração. Acabei vencida pelo sono e pelo carinho dela no meu cabelo.


(...)


Chorei tanto a noite passada, que meus olhos mal queriam abrir diante da luz infernal que vinha da janela, virei de barriga pra cima, olhando pro lado, ela dormia como um anjo. Pensei em levantar antes, me recompor, pois eu devia estar parecendo um monstro, mas senti o corpo dela mecher, seus dedos entrelaçados aos meus se apertaram. ela abriu os olhos abrindo um sorriso que me derreteu por dentro. Olhei pra fora, o sol brilhando como se nada tivesse acontecendo, criei coragem...

A- Eu vou terminar com a Cher ... (perdida na paisagem da janela)
R- Por que?
A- Você sabe o porque, ela ta me trocando por uma droga, e ... tem você, ta confuso o que eu to sentindo, mas eu não consigo me controlar perto de você, e eu não vou continuar com ela transando com vc as escondias.
R- E você quer ... isto é ... estar comigo?
A- sim eu quero!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Amor x Abandono

Meu estomago revirou ao ver aquele projeto de filha da puta agarrada na Rafa como se fosse um carrapato. Se eu não tivesse controle sobre mim, eu tinha esfregado o nariz dela na mesa. Aqueles beijinhos de praxe já mostraram a ela que eu não tava nem um pouco feliz com aquela situação, pois a loira fdp ficou me olhando por longos 2 minutos e eu simplesmente sentei, fingindo que ela não existia.

A única coisa boa daquela merda era a comida, que tava realmente boa. Mas depois com o estomago cheio e toda aquela merda sendo esfregada na minha fuça me deu nojo. A Cher não fazia nem questão de esconder a empolgação com a tal da ‘Leticia’ e a Rafa o tempo todo me olhando. Era como se os casais estivessem trocados. Meu celular vibrando que nem louco. Mas é claro que era ela : Rafa.

Olha pra mim!

Sem muito querer perder tempo com aquela brincadeirinha dela respondi, curta e grossa.

Vai se fude meu.

Mas é claro que ela não ia desistir, meu celular piscou de novo.
Olha eu to indo no banheiro e vou te esperar la, espero realmente qe vc tenha bom senso e va la falar comigo. Prq essa tua infantilidade ta me dando nojo!

Ela não disse uma palavra, só fez um gesto pra Leticia que iria ao banheiro.

L- Tem problema não amor, eu vo fica aqui conversando com a Cher e a Ana.
A- Eu também vou.
C- Ta bom então.

Sinceramente ou são muito cegas ou não querem ver o que era tão obvio. Sei la eu quando faço coisa errada fico paranóica. Sai acompanhando os passos dela com a cabeça baixo. Até passar pelo batente da porta do banheiro. Caminhei até o espelho ajeitando o cabelo. E ela impaciente caminhava dum lado pro outro no banheiro. Aquilo realmente tava me irritando.

A- Vai abrir um buraco no chão... (olhando despreocupada pro espelho)
R- O que você quer? Por que esse jantar?
A- Eu só quero saber uma coisa ... eu ... só fui uma diversão né?
R- Você ... não ... eu  (suspirando apoiada na pia)
A- Ta tudo bem, era só isso (saindo em direção a porta)

Aquela mão que me deixou louca naquele dia, voou pelo meu braço me puxando, me deixando entra ela e a pia. Aqueles olhos, aquela boca. Parecia ter certa resistência em me tocar em olhar nos meus olhos. Até que sua mão subiu trêmula até a minha bochecha.

R- Eu não usei você. Jamais seria capaz de fazer isso contigo. Com você não. Eu só não sei o que fazer, achei que esse mês que fiquei longe iria levar embora todo esse meu lado frágil, mas frágil só perto de você. Eu tenho medo, medo de ficar perto de ti. Eu ... (lagrimas) nunca me apaixonei, nunca amei ninguém ... até aparecer você.

Eu não sabia o que fazer, simplesmente a abracei sentindo meu ombro molhar com as lagrimas dela. O coração dela batia descompassado, leves soluços começaram a aparecer. E foi ai que me dei conta de que o tempo tava correndo, e que por mais tapadas que aquelas duas la fora fossem, elas iam vir atrás daqui a poucos minutos. Pois já fazia muito tempo que estávamos ali. Perdidas naquele abraço sem fim.

A- Agente tem que voltar. Eu vou dizer que to com dor de cabeça e vou embora. Quando eu te ligar você vai la pra casa, ta bom?
R- Tudoo bem. (limpando o rosto)

Saímos como se não tivesse acontecido nada, e aquelas duas só faltavam subir na mesa, uma na direção da outra. To nem ai, que se foda, a Cher não é mais a minha Cher. Não faz mais sentido. E todo o meu teatrinho funcionou, 20 minutos e eu tava em casa, claro com a Cher.

C- Por que você ta assim comigo? (me abraçando por trás)
A- Sai Cher, não quero conversar, quem sabe você não vai la dormir com a Letícia?!! (falando com desdém)
C- Ah não, não vai começar com essa palhaçada de ciúmes né?!!
A- Ok, se é palhaçada vai embora, alias cadê minha carteira?
C- Ta na minha bolsa, pega lá.

Não só achei minha carteira como também duas trouxinhas de um pó identificado, pelo menos eu não sabia o que era e um par de seringas. Peguei tudo olhando abismada. Virei pra ela.

A- Que porra é essa?
C- São remédios da minha mãe (tomando da minha mão e colocando de volta na bolsa, 
nervosa)
A- Tu acha que eu sou idiota? Realmente ta me trocando por uma droga.
C- Eu não to te trocando. (baixando os olhos)
A- Ah não? Meu olha pra ti, ta emagrecendo, não come mais, pelo menos eu não vejo. Prefere muito mais estar na tua casa do que aqui comigo. Ta cada vez mais agressiva. Por favor vai pra tua casa e pensa nisso ta.

Sai empurrando ela porta fora, sem nem querer escutar o que ela tinha pra dizer. Até por que tava na cara. Não tinha o que explicar. Era frustrante estar sendo trocada por uma droga. Eu queria tanto a minha Cher de volta, aquela meiga dos olhos lindos, que me conquistou, que era sensível, doce, atenciosa, romântica. Mas infelizmente essa Cher não existia mais. E doía de mais estar perdendo ela.

Minha voz não queria mais sair, aquela estranha sensação na minha garganta, queimando. Olhei pra cima piscando os olhos, tentando conter o choro que logo mais tarde viria. Digitei sentada no chão da cozinha, escorada no armário.

Vem pra ca? Preciso de ti. Rapido.

domingo, 13 de novembro de 2011

Narração por Ana - "NAMORADA?"

Narração por Ana

Esse ultimo mês foi confuso de mais. A ultima vez que vi Rafaela, foi estranho. Quando transamos aquele dia em que a Cher sumiu o dia todo. Eu não sei, mas foi diferente. Eu senti que não foi só sexo. Os toques dela me davam sensações estranhas, e meu coração respondia a eles que nem um doido. Mas como assim, tipo eu amo a Cher. E depois quando aconteceu de novo, foi mágico, Senti que ao invés de levar aquilo como sexo, eu tava levando como ‘amor’. E no decorrer desse mês, eu desejei tê-la por perto. Liguei varias vezes, mandei sms, e nada, ela estava me ignorando e eu não sabia por que.

Aquele lance da Cher já estava mais do que na cara, Ela já não ficava mais comigo, vivia inventando desculpas. As brigas eram constantes. Ela não era mais a mesma. Na ultima briga...

Flash Back

C- Tenho que sair. Amanhã agente se vê.
A- Vai se drogar de novo?
C- Cala a boca, você nem sabe do que ta falando.
A- Ah claro, você acha que sou idiota. Você deixa a tua namorada por causa de uma droga.

Foi muito rápido, senti meu rosto esquentar com o tapa que ela me deu. Olhei pra ela incrédula. Não estava acreditando que ela estava fazendo aquilo comigo. Andei até a porta e abri, apontando pra fora, afim de que ela saísse logo da minha frente. Antes de sumir ela me olhou e ...

C- Desculpa.

Chorei a noite toda, mas como era de se esperar ela apareceu la em casa no outro dia e depois de tanto beijar o lado do rosto onde tinha desferido o tapa. Agente acabou se acertando, mas não tocávamos naquele assunto. Ela não dizia se era verdade, o que tava acontecendo e eu não perguntava. Comecei a sentir falta do carinho que tinha recebido da Rafa na ultima vez que nos vimos. Tanto que estava começando a desejar ela do que a Cher.

Aquele dia acordei decidida, precisava ver/saber por que a Rafa estava a mais de 1 mês me ignorando. Incomodei a Cher a manhã toda pra ela chamar a Rafa pra jantar com a gente. Ela ligou e colocou no viva voz.

(...)

R- Érr, ando ocupada, to namorando e tals. É também to com saudades.
C- Namorando? Como assim? Quem?
R- Leticia, uma menina ai.
C- Nossa, tipo eu e a Ana queremos ir jantar num restaurante que abriu no centro e pensamos em te convidar, na verdade ela me encheu o saco pra te ligar. Já que ta namorando, agente podia jantar em casais. O que acha?
R- (olhei pra Lêh) ‘Amor, quer jantar com uma casal de amigas minhas?’ “PODE SER!”. Cher, ta ai?

(...)

Mas como assim NAMORADA? Ela nunca foi de namorar, sempre comeu a cidade toda, por que cargas d’água ela resolveu namorar agora, nossa fiquei tão possessa que não quis nem escutar o fim da conversa. Me enfiei no banheiro, joguei minhas mãos em forma de concha de baixo da torneira ligada e mergulhei o rosto ali. Olhei no espelho e meu rosto estava transtornado. Por que eu estava com ciúmes dela? Por que?

Mas isso não ia ficar assim. Deixei a Cher em casa e fui pro salão. Todo o tempo que passei la, valeu, por que eu estava linda. Queria ver o que essa tal de Letícia tinha de melhor que eu. Sei que isso não faz sentido. Mas o que eu tava sentindo pela Rafa não era brincadeirinha de criança, seja la o que eu esteja sentindo.Eu iria nessa merda de ‘jantar’, mas pra descobrir se ela ficou comigo só por diversão..

Namorando éam!

Sai catando qualquer vestígio da noite passada, dei uma ‘geral’ no meu quarto, troquei os lençóis, por que depois da gozada que a mina deu ontem a noite, tava uma lambança. Dei uma espirrada de ‘Bom Ar’ no quarto e fui pro banho. Nossa, um banho renova, parece que deu até forças. Mas meu estomago gritava por algo pra comer. Fui só de calcinha até a cozinha e  ... maravilha, não havia nada ‘comível’ lá. Quando estava passando pela sala, bufando de fome, ela entrou com algumas sacolas em mãos. Veio até mim largando as sacolas no chão, jogando os braços por cima do meu pescoço e me beijando.

L- Bom diaa linda. (selinhos)
R- Bom dia bebe.
L- ‘Bebe’? Que houve com todo o teu ‘profissionalismo’ ?
R- Depois agente fala disso, eu to com fome! (fazendo bico)
L- Eu adivinhei, rsrs, trouxe pizza, e outras coisinhas.
R- Nossa, salvou meu dia.

Por mais que sei la, eu não quisesse nada sério, era o melhor pra ‘fugir’ daquela lambança que eu fiz no meu corção. Agente passou a manhã agarradinhas na cama, assistindo a um filme aleatório que passava na TV. Coloquei um pedaço de pizza na boca, mastigado despreocupada...

R- (boca cheia) to querendo sossegar! (fitando séria a TV)
L- Sossegar? Em que sentido? (roubando uma mordida da minha pizza)
R- Sei lá, parar com a ‘farra’, ficar com alguém ‘sério’ ...
L- Ta falando sério?
R- Sim. E pensei, queria sossegar com você.
L- (afogando) Tipo um namoro?
R- É. Então ... quer namorar comigo?
L- Nunca pensei que ia ouvir isso de você. Sim eu qero! (me enchendo de beijos pelo rosto)

E bom, minha tarde foi boa, agente namorou muito, transamos, e não foi como as outras vezes. Sentia que os olhos dela brilhavam. Que ela estava amando essa idéia de namoro. E por incrível que pareça eu também estava. Eu gosto dela, de estar junto com ela e etc.

As semanas foram se passando e eu tava bem acostumada por não estar livre. Claro, não arriscava. Então nem ia a balada, barzinho, desacompanhada. Por que eu sabia que talvez eu não resistisse. Tava bom namorar com ela. Ela era carinhosa, cuidava de mim. Por que eu andava bem desleixada nas ultimas semanas.

Meu celular vez ou outra tocava. Sempre quem eu não queria: Ana e Cher. Já fazia 1 mês que não nos falávamos. Até que resolvi atender Cher.

R- Alô
C- Porra, ta me evitando meu, 1 mês sem te ver. To com saudade.
R- Érr, ando ocupada, to namorando e tals. É também to com saudades.
C- Namorando? Como assim? Quem?
R- Leticia, uma menina ai.
C- Nossa, tipo eu e a Ana queremos ir jantar num restaurante que abriu no centro e pensamos em te convidar, na verdade ela me encheu o saco pra te ligar. Já que ta namorando, agente podia jantar em casais. O que acha?
R- (olhei pra Lêh) ‘Amor, quer jantar com uma casal de amigas minhas?’ “PODE SER!”. Cher, ta ai?
C- To sim, e ai?
R- É da pra ser. Que horas?
C- As 20:00, agente se encontra lá, não tem como errar, nome do restaurante é Strike Beer. Na frente do shopping.. Ta?
R- Aham, até, beijo
C- Beijo.

Eu  não tava afim de ir, mas queria saber se ainda ficava uma completa idiota perto da Ana. E também faz tempo que não a via, Tava com saudades.

Em combustão! (66'

Quando eu estava com ela, parecia que entrava em transe. Esquecia de mim, de quem eu era, e do esforço que fiz de não me apaixonar desde que comecei nessa vida. Já tinha visto tantas amigas sofrerem, entrarem em depressão simplesmente por causa de relacionamentos em que só elas davam tudo de si. E pensando naquilo eu pirei, não podia estar apaixonada por ela. Eu não queria sofrer, ela é apaixonada pela Cher. E eu to sendo uma idiota em arriscar meu coração desse jeito. Levantei, sentando-me no sofá e subindo a calcinha pelas minhas pernas de qualquer jeito, colocando logo em seguida a calça e o resto da roupa. Levantei indo em direção a porta, e ela ali sentada observando tudo. Quando pensei em abrir a porta senti sua mão agarrando meu pulso.

A- Aa..aondee você vaai?
R- Tenho que ir.
A- Mas agente ... nós ... ta tão bom!
R- Eu não posso, você tem namo...

Não deu pra terminar de falar, celular dela tocou. Ela o pegou exibindo a tela iluminada,  piscando o nome da Cher. Meu coração se partiu em mil pedaços. Já estava acontecendo, eu já estava começando a me machucar. Não quis ver aquilo. Sai sem dizer uma palavra.

Aquela rua parecia estar mais iluminada e movimentada do que normalmente. Tanta gente se acotovelava nos metros quadrados do barzinho de sempre. Entrei resignada a acabar de uma vez com aquilo. Eu preciso arrumar uma namorada. Não preciso amá-la nem nada disso. Só pra me manter longe de Ana. Seria bom, teria sexo a hora que bem entendesse e isso me impediria de continuar com aquela besteira de ‘amor’.

Meus pensamentos se chocavam dentro da minha cabeça, como se fossem carros desgovernados, causando uma dor de cabeça. Pedi um shot de tequila como sempre, e virei de uma só vez, fazendo sinal pra que servisse mais. O lugar tava lotado, cheio de carne nova, e eu ali naquele inicio de depressão. Bati o copo vazio na mesa, e olhei pros lados, percebendo dois pares de olhos curiosos me observando com pequenos sorrisos acanhados. Uma loira de estatura mais baixa, coxas torneadas, bunda bem avantajada, seios médios, dois olhos azuis lindos e uma boca que deus vontade de morder ali mesmo. E logo atrás uma ruiva, abraçada as costas da loira. Rostinho sapeca, com leves sardas sobre postas abaixo dos olhos, uma boca chamativa pelo batom de cor forte, e devia ser linda em baixo daquele vestidinho tomara-que-caia .

Sorri mentalmente, com certeza a noite seria boa. Me aproximei, dando meu melhor sorriso. E lhes oferecendo algo pra beber. Que fizeram o mesmo pedido que eu estava bebendo a alguns minutos: Tequila!” . As duas falaram ao mesmo tempo.

R- Boa pedida! =D
   - Nada melhor, rs. Bem meu nome é Mariana (ruiva) e essa é a minha namorada Fernanda.
R- Prazer. Alias o prazer é mais caro, mas isso agente resolve depois, não é? Meu nome é Rafaela.
Mª- Rsrs, mais caro? Vai cobrar por uma ‘’brincadeirinha’’ (fazendo aspas com os dedos) ?
R- Não baby! Foi só modo de dizer. Então o que vocês vão fazer depois?
F- Agente vai pro motel. E estamos procurando alguém pra brincar com agente. (passando os dedos na minha mão.
Mª- Você podia vir com agente. Não é?
R- Motel? Pra quê? Vamos lá pra minha casa. Eu moro sozinha e tenho uma cama bem grande.
F- Por mim tudo bem. (colocando o copo vazio sobre o balcão)
Mª- Por mim também.
R- Então vamos ué.

Entre quatro paredes é uma coisa. Mas elas estavam tão empolgadas que começaram a me agarrar no caminho pra minha casa. Gastando minutos em agarrações curtas, recostadas em uma parede e outra. Apesar dessas ‘distrações’, conseguimos chegar vivas até a minha casa. Incrível a fome delas. Mal tranquei a porta e elas vieram pra cima de mim. A loirinha me beijando, mordendo meu pescoço, e arrancando minha blusa sem pudor e paciência. Enquanto a ruiva já havia se livrado da minha calça/calcinha. E me explorava com a boca ali mesmo, eu encostada na porta, com as pernas levemente abertas, facilitando que ela afundasse mais a língua dentro de mim. Estava prestes a gozar. E a loirinha puxou sua namorada pelos cabelos, fazendo-a chupar meus seios, e ela se abaixou fazendo o trabalho da ruivinha. A língua dela brincava comigo, ia até o fundo buscando todo o liquido possível, e voltava sugando meu clitóris pra dentro da boca. Abri a boca, não conseguia mais agüentar e comecei a gemer, era inevitável. Ela levantou minha perna, colocando-a sobre seu ombro, e se afundando mais no meu sexo. Na ultima passada que a língua dela deu sobre o meu clitóris, explodi num orgasmo violento.  Quase arrancando os cabelos da ruivinha. Esperei aqueles espasmos acalmarem e puxei a loirinha pra cima, beijando-a, enquanto a a namorada dela entrava no meio de nossos beijos. Tudo melado, três línguas se buscando loucamente.Puxei-as pro quarto, jogando-as na cama. Não que estávamos com pressa, mas era tesão de mais, quando comecei a tirar a roupa da loira, a ruiva já estava pelada e me penetrando com dois dedos. Aquilo tava sendo loucura de mais. Finalmente pude ver o corpo dela, e fui beijando aquela barriguinha, descendo até o seu sexo, totalmente desnudo, sem nenhum pelo, lisinha, me chamando, comecei a passar a língua por ali, sentindo ela deslizar de tão molhada que estava. Era tudo tão sincronizado. Sentindo as estocadas da ruiva, gozei 1, 2, 3 vezes, nem sei direito. Enquanto eu deixava a loirinha mais louca, demorou pra gozar, mas eu não desisti, penetrei-a com dois dedos, com força, assim que ela começou a se contorcer que nem louca, retirei meus dedos de dentro dela, e um jato quente saiu sem nenhum aviso de dentro dela, molhando parte do meu queixo e pescoço. Nunca tinha acontecido aquilo, olhei pra ela, como se perguntasse, mas ela ainda se contraia enquanto alguns jatos menores ainda saiam de si. Depois daquela ‘surpresa’ eu pirei, e ataquei a ruiva. Enquanto era praticamente fodida pela loira.

(...)

Sem mais dizer, foi muito bom. Mas como sempre eu acabava acordando sozinha. Por que isso sempre acontece, que merda mesmo. Abri os olhos, tentei me levantar mas meu corpo cansado caiu de volta aos lençóis. Meu celular vibrou no bidê. Estiquei meu braço me esforçando pra alcança-lo, assim que o olhei ... Leticia” . Atendi pensando em tudo que tinha rolado com a Ana ontem, e resolvi que seria ela.

R- Ooi
L- Oi linda, ta bem?
R- Aham, e tu?
L- To bem, queria te ver. To de folga hoje e ...
R- Vem pra ca (interrompendo-a)
L- Que horas?
R- Agora ... hmm, vou tomar banho, vou deixar a porta aberta.
L- Ta to indo então, beijo.
R- Beijo.