A- Que cê tava fazendo?
R- Eu ... eu tava correndo atras do Larye.
A- Larye?
R- Nosso cachorro amor ... (respirando pesado)
A- Mas você nem me perguntou sobre isso, é bom que ele fique por ai.
R- Você não gostou? Eu ... er, eu posso devolve-lo se quiser amor.
A- Não, claaro que eu gostei, só to com uns problemas na cabeça. Então vem pra cá?
R- Claro, to morrendo de saudades.
A- Ta bom, te esperando linda.
E tive certeza que eu não iria conseguir fazer aquilo com ela, não tinha como, era ferir de mais uma mesma pessoa. Tomei um banho deixando pra procurar a Cher no outro dia, quando eu estivesse mais calma. As três batidinhas na porta eram inconfundíveis, gritei pra ela entrar enquanto eu secava o cabelo. Logo seus braços me envolveram por tras, e um longo suspiro entre meus cabelos molhados me fizeram arrepiar. Me virei me jogando naquele abraço confortavel, roçando meu nariz na pele branquinha dela, quase tão clara que podia se distinguir as veias em qualquer parte do seu corpo. Sorri colando minha boca na dela, num selinho apertado, cheio de saudade. Que confusão essa minha vida eu pensei ainda com a boca na dela. Tudo com ela era tão quente, calmo ... mas quente, parecia que cada toque dela foi criado especialmente pra mim, porque tinham efeitos surpreendentes, e era inevitável não acabar assim, agarradas sem nenhuma peça cobrindo o corpo na grande cama da minha mãe. Seus olhos pareciam buscar algo que eu não sabia o que era, mas vasculhavam os meus de uma forma instigante, tudo tão magico que não percebi nada, apenas uma leve engasgada da porta do quarto, virei vendo os olhos da minha mãe, pulei da cama me enrolando na toalha, jogando o lençol por cima da Rafa. Ela me olhou fechando a porta e saiu. Olhei pra Rafa com um misto de surpresa, medo ... quase apavorada, ela iria me rejeitar? Foi a pergunta que fiz pra Rafa, sem resposta. Me vesti mais que rapidamente levando-a até a porta, um selinho rapido e aquele olhar dela me encorajando, 'vai dar tudo certo amor' foi o que ouvi da boca dela enquanto se afastava.
Virei, fechei a porta e ouvi o barulho do salto dela adentrando a sala, olhei com certo medo, com vergonha, eu diria pavor. Seus olhos fitavam os meus sérios, e eu não conseguia encontrar algo neles que me dissessem o que se passava no coração dela. Foi ela quem cortou o silêncio, tirando um copo de água dos lábios.
G- Quando pensava em me contar que é lésbica? (falando um pouco irônica)
A- Mãe eu ... desculpa, eu só não esperava você vir pra casa, ultimamente você nem fica por aqui.
G- Isso não quer dizer que você possa me esconder as coisas.
A- Eu ia te contar, mas ainda faltava coragem.
G- Precisa de coragem?
A- Sim, tanta menina que foi expulsa de casa, rejeitada pela familia, eu ... tinha medo.
G- Filha, (largando o copo sobre a mesinha de centro) eu ja sabia, tem meses, mas eu to chateada por você não ter me contado, não vou te rejeitar, não te carreguei 9 meses aqui dentro (acarinhando a própria barriga), e te criei até agora pra te largar nesse mundo preconceituoso.
A- Ce ta falando sério? Isso quer dizer que você (esgasguei), você me aceita?
G- Claro, desde que não me esconda mais nada e essa moça venha se apresentar formalmente.
Corri de encontro ao conforto do abraço dela, chorando sem parar, tentando acreditar em tudo aquilo, suas mãos me apertaram contra seu corpo, afagando meus cabelos, depositando um beijo sobre eles. Ficamos perdidas naquele carinho sem fim, tanto tempo que não tinha minha mãe pra mim, ainda mais sabendo sobre mim, era tão surreal. Escutei ela engasgar ...
G- Ah tem uma coisa (olhando perdida pra janela), não quero que use minha cama pra ... você sabe, pelo menos até eu casar.
Foi minha vez de engasgar 'caca...caaaasar?'
G- Sim, só vou esperar você completar 18 e vou me casar com o Tiago, se você quer ir morar conosco, se não vou deixar você ficar aqui, claro com a supervisão da tua prima do interior que passou pro ensino médio e vai morar com vc.
A- Ah, uma pirralha me supervisonando?
G- Não reclama, se não você vem morar comigo e o Tiago.
A- Ta, ta ... ta de bom tamnho.
Longa conversa que acabou as 2 da madrugada, minha mãe era um tanto curiosa, queria saber detalhes, e eu mais vermelha que um tomate finalizei a conversa 'oras é gostoso assim como deve ser com o tal Tiago', ela corou entendendo que eu não iria dizer mais nada e me beijou na testa me mandando dormir. Deitei na cama digitando um sms sem pressa pra Rafa.
'ta acordada lindinha?'
Não muito depois recebi a resposta.
'Não, to aqui preocupada com você, me liga'
Liguei pra ela perdendo mais meia hora de um pseudo sono, contei tudo que aconteceu, e sobre as decisões da minha mãe, ela gaguejou quando falei que teria que se apresentar formalmente. Ri sem parar dela, dando um tchau mais que carinhoso e desabei cansada, num sono mais que necessário. Por aquele dia esqeci da Cher, mas eu ainda iria procurá-la.
Quero ver a Rafa se apresentando pra mãe da Ana aposkapkspasok Achei tudo perfeito, e incrível pela mãe da Ana ficar tão de boa com ela ser lés e tal. Toda mãe devia ser assim, é. u__u
ResponderExcluirPoutz, queria uma mãe assim, fato. Ai gente, que coisa fofa foi esse cap *-* Louca pra ver também a Rafa se apresentar, shit tadinha kkkkkkkkkk Continua ):
ResponderExcluirQue perfeito *----*
ResponderExcluirNão vejo a hora de ver a Rafa se apresentando também'
Cara, como a mãe da Ana é legal! Tomara que dê tudo certo (YN'
PS: Passei um tempo sem comentar pq tava dando erro aqui no meu PC' Mais sempre li tudo!!
concordo com a Paula.
ResponderExcluirqueria que a mae da minha namorada fosse assim >.<'