-Eram aqueles dedos gelados que eu esperei, que eu desejei em todos esses anos, nada mais me importava, eu tinha eles de volta naquele momento ali, e eu iria até o fim.-
Ofeguei baixinho contra a boca dela como num pedido súplice pra me dar ar, me dar tempo de respirar, aqueles olhos azuis correram pelos meus, queimando cada centímetro do meu corpo -malditos olhos azuis- frágil. Mordi a boca dela em resposta, me jogando naquela fogueira que ela tinha acendido. Aqueles dedos corriam com conhecimento e rapidez pelas minhas costas, erguendo minha blusa e me fazendo arrancá-la mais apressada que ela. Nossos olhos nãos desgrudavam, não tinha como, era como se cada minutos desses anos longe estivessem sendo apagados no nosso olhar. Desceu os dedos pelas laterais do meu short o abaixando e mordendo minha barriga, suspirei agarrando aqueles cabelos negros, cheirosos e macios e a puxei pra mim, arrancando impaciente o sutiã e o short de corrida. Aquelas mãos me empurraram ali mesmo no sofá e me deixou ter uma visão perfeita daquele corpo tatuado numa cueca boxer branca, deixando tudo mais sexy, levantei de novo pirando com aquela lerdeza dela, o que a fez ver a minha vontade. Pisei no fio do telefone o chutando e o derrubando em cima do sofá, caminhando aos esbarrões, sedo conduzida por aquelas mãos no meu rosto, sem desgrudar da minha boca. Olhei enquanto ela entrava no box do banheiro e a água começando a cair, recostei enquanto observava ela debaixo daquela água.
C- Vai ficar ai?
Obviamente não, andei desajeitada resvalando com o resto do shampoo que corria pelo ralo, me segurei nela, nos colando contra a parede, sentindo seu sexo nu contra a minha coxa.Eu já não tinha mais paciência, e nem a ingenuidade da época em que namoramos. Sorri descendo a boca direto nos biquinhos que roçavam pelos meus, mordendo forte e o puxando entre os dentes, arrancando um suspiro que não ouvia a anos. Desci minha língua pela barriga dela, como se contornasse todas as linhas das inúmeras tatuagens dela, erguendo habilmente uma perna e a pondo sobre o meu ombro, fazendo o mesmo com a outra. Seus olhos me olhavam, implorando em silêncio por mim, aproximei a boca dando um chupão no clitóris dela, falando entre dentes "Pede, pede direitinho o que você quer.". Fiquei roçando meus lábios pelo clitóris dela, sem realmente o tocar, eu sabia que ela iria ceder.
Sua mão invadiu meu cabelo me puxando bruscamente contra o seu sexo, falando num grunhido "Me chupa logo porra". Ri baixinho socando minha língua varias vezes seguidas na entradinha dela, melando todo meu queixo com o liquido dela. Eu nunca esqueci daquele gosto, daquele cheiro, daquele corpo. Tudo que desejei naquele momento era o gozo dela, vindo minutos depois num grito que tomou conta do banheiro, e espasmos intercalados, me olhando e rosnando entre dentes.
Eu não imaginava que um dia teria ela de volta, muito menos que seria assim, que essa porra de amor voltaria junto. Toda a saudade, todos os anos jogados fora foram merecidamente descontados naquela tarde, nos meus orgasmos infindáveis, na porta do banheiro ajoelhada no rosto dela, na cama, no chão. Minha exaustão me fez dormir sobre o ventre dela, jogadas de qualquer forma sobre o tapete fofinho que ficava aos pés da cama.
Talvez esses anos nunca tenham existido, e eu só estava fazendo parte de um grande pesadelo. Quem dera. Senti um carinho gostoso no meu cabelo, resmunguei em um som inaudível abrindo meus olhos pra ver seu rosto apoiado num travesseiro, me olhando diretamente. Meu coração veio na boca e levantei num salto, tentando lembrar onde tava a porra do meu celular. Ela não entendia, perguntava baixo o que tinha acontecido, o que ela tinha feito. Corri até a sala achando minha bolsa e junto meu celular, olhei suspirando ao ver a hora marcando 21:37 e 18 chamadas não atendidas. Olhei pra baixo murmurando um 'merda'. Ela entrou aos tropeços na sala, colocando a cueca e me olhando sem expressão.
C- Que que aconteceu porra? Que eu te fiz?
Subi minha calça pelas pernas, puxando a blusa pra baixo e fechando o fecho da calça de qualquer jeito, olhei pra ela, colocando os tênis mais que rápido e falando num tom baixo "eu tenho mulher.". Seus lábios se afundaram numa linha fina e escura me mostrando o desapontamento. Catei minha bolça, e fui até ela segurando nas mãos agora quentes, talvez de ódio.
A- Eu to com a Rafa desde que você foi embora, agente ... agente mora junto. Eu .. eu ... me desculpa, eu não posso.
Me aproximei pra dar um beijo de despedida, e ela virou apertando os olhos, segurando um pseudo choro. Aquele não era o momento, eu não podia ficar ali dando assistência, pedi desculpas novamente, saindo sem ao menos olhar pra trás. Eu acho que a essa altura eu nem tinha mais mulher.
que lindo e que trágico '-' bem de boa que eu acho que elas deveriam sim ficarem juntas, mas sei lá, a Ana tá com a Rafa e etc '-' enfim, ficou perfeito como sempre sua linda, to louca pra saber como vai ser dps D:
ResponderExcluirMuito bom,já até pode continuar!
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