domingo, 16 de setembro de 2012

Alma cretina

(Rafa)

Tinha quase 1 mês que as coisas andavam estranhas, eu me sentia estranha. E minha mulher também não deixava a desejar. Nossas noites não eram mais como a 4, 5 anos atrás, talvez a rotina tenha interferido, não sei bem. Fechei a porta do meu escritório e me sentei na minha cadeira já bem velha, suspirei deixando que meu rosto escorregasse nas minhas mãos e estas agarrassem meu cabelo, fitei a mesa inquieta, pensando em algo que pudesse mudar aquilo tudo, talvez pudesse fazer algum tipo de surpresa quando ela chegasse em casa. Mas nada, nada mesmo me vinha a cabeça. Catei o celular e mandei uma mensagem pra ela.

"To pensando em vc meu amor, saudades. Te amo"

Abri as planilhas no computador e tentei de um tudo me concentrar no que precisa fazer. Olhei pelo vidro que me dava a visão de todo o resto do meu departamento, minha secretária fitava o vidro, estranho, afinal ninguém de fora podia ver quem estava aqui dentro. Ri e voltei os olhos pro computador. Assim que entrei finalmente no raciocínio do trabalho escutei leves batidas na porta. Murmurei pra pessoa entrar e fechar a porta.

-Desculpa interromper seu trabalho mas eu ...

Levantei os olhos pra fitar a dona da voz. Era minha secretária, minha garganta secou assim que pude ver seu corpo que momentos antes não podia ver por estar escondido pela mesa dela. Ela nunca se vestiu daquela forma, uma sai extremamente justa e curta e uma camisa que eu me perguntava como ainda não havia se aberto com a pressão que seus seios faziam no tecido justo dela. Olhei finalmente pros seus olhos e ruborizei por ter sido flagrada naquele raio-x minucioso.

Ela pareceu gostar e virou-se trancando a porta e voltou dando a volta na minha mesa, olhei calada e mordi o lábio assim que ela levantou um pouco a saia pra sentar-se de frente no meu colo. Fiquei imóvel, olhei-a seriamente e com certa interrogação na expressão. Ela me olhou de uma forma que me deu calafrios, foi abrindo botão por botão da camisa, e pegou minhas mãos levando-as até os seus seios. Não pude me conter e os apertei com certa força. Não sei como mas ela se jogou contra mim invadindo ferozmente a minha boca, mordia, lambia, gemia contra ela. Como se fosse uma cadela no cio. Senti uma fisgada no meu clitóris e a empurrei com força, vendo-a cair sentada no carpete. Levantei minha blusa e deitei sobre ela agarrando com força seu queixo, forçando-a a fazer um biquinho, olhei-o com devoção e o mordi com força, impaciência, vendo a coloração roxa avivar nele. Seu grunhido baixinho tomou conta dos meus ouvidos e me fez descer a mão pela barriga dela, invadindo sem pudor sua calcinha. Sorri sentindo a grande umidade do seu sexo. Suspirei sentindo uma vontade louca de chupar todo ele, mas não colocaria minha boca em uma vagabunda qualquer. E ela era, uma vagabunda gostosa e atirada.

Segurei-a firme e a empurrei até ficar de quatro pra mim, espalmei minhas mãos sem nenhum cuidado naquela bunda branquinha, que se empinou em resposta. Debrucei devagarinho sobre ela enterrando meus dedos em seu sexo com força, fui distribuindo diversas mordidas pelas costas e nuca dela, deixando marcas de cores e tons cada vez mais fortes, ela gemia cada vez mais alto e eu me preocupei por um momento, puxei seus cabelos e colei minha boca em seu ouvido.

R- Calada puta.

Soquei meus dedos pontuando cada palavra minha, ela suspirou meu nome e socou a mão contra o carpete, gozando feito uma vadia nos meus dedos. Me agachei perto dela e passei meus dedos lambuzados em sua boca, vendo ela os seguir com a língua posta. Catei minha blusa e fui pro banheiro, vestindo-a e tentando me recompor, nem pensei no que tinha acabado de fazer. Passei meu perfume pra tirar algum cheiro que Ana pudesse sentir e voltei pra minha sala, olhei pra ela enquanto ela se ajeitava e torci a boca.

   - Posso usar seu banheiro?
R- Pode. E ah ... isso ... fica aqui ok? 
   - Aham.

[...]

Me ajeitei e peguei o carro no estacionamento pra ir pra casa. No caminho não sei ao certo, mas acho que senti um pouco de culpa, mas mesmo assim os gemidos dela ainda ecoavam na minha mente. Parei no mercado e comprei uma garrafa de tequila, morangos, leite condensado e 4 barras de chocolate. Não sei por que, mas talvez servisse pra me redimir com a minha mulher, mesmo que ela nem soubesse que era um pedido de desculpas oculto.

(Ana)

Minha decisão tava demorando muito pra ser tomada, acho que eu estava ficando confortável a situação. Transas furtivas entre os meus intervalos e depois do serviço, na ultima semana tinha visto Cher todos os dias. Então hoje vim pra casa mais cedo pra ficar com a minha mulher, não sei se ela desconfiava de algo, mas sentia ela estranha. Me joguei no sofá ao mesmo tempo que a porta da sala se abriu. Me apoiei nos cotovelos pra olhá-la e chamar pra que viesse me dar um beijo.

R- Tudo bem? Chegou mais cedo.
A- To sim, ah eu quiz vir mais cedo pra ficar com você, saudades.
R- Coisa fofa.
A- Que tu trouxe ai?
R- Nada de mais, depois você olha.

Puxei ela prum beijo cheio de carinho, e fui andando até o banheiro, puxando ela comigo. Precisava de um banho, precisava dela. 

sábado, 8 de setembro de 2012

Cretina sim!


Esperei estática ela levantar e fazer o de praxe antes de ir trabalhar. Ela saia uma hora antes que eu então sempre ficava um pouco a mais na cama. Fiquei a observando em silêncio enquanto ela fechava o casaco do uniforme. Ela era linda em qualquer roupa e mais ainda sem elas. Seus olhos fitaram os meus e ela veio calma até mim, me puxando pro seu colo sem nenhuma preocupação se iria desarrumar a roupa que ela recém havia colocado. Ri sentindo 3 beijinhos sucessivos, um no alto da minha testa, um na ponta do nariz e por fim um mais calmo e demorado na minha boca. Eu realmente não sei explicar mas aquele beijo tinha gosto de amor, de ambas as partes. Não havia nenhuma duvida de que eu a amava, mas era algo inferior ao que sentia por Cher. Instantaneamente separei nossas bocas nervosa, mas fingindo e ajeitando minha expressão no mesmo segundo.

A- Vou pintar a tatuagem hoje. Então acho que vou chegar um pouquinho mais tarde.
R- Vai depois do trabalho?
A- aham
R- Passo na loja pra te pegar então, quero ver.
A- Err, não amor, vou pintar e depois vou la na Meg ver uns negócios da faculdade. Se vem pra casa, toma banho e espera bonitinha que vou trazer pizza pra gente. (engoli em seco)
R- Ah, se você prefere ... não gosto daquela garota mesmo, não ia conseguir ir com você na casa dela.

Sua boca voltou a grudar na minha com mais vontade, suas mãos eram rapidas e firmes. Protestei suspirando contra sua boca e a lembrando sobre o horário e meus infelizes dias de mulher.

R- arghhhhh, se me paga depois que isso acabar
A- Calma sua tarada, só mais uns 4 dias
R- Isso é muito. Bom, vou trabalhar, te espero a noitinha. Te amo.
A- Bom trabalho.

Já era costume eu me chamar mentalmente de cretina, afinal era o que eu estava sendo.

Meus trabalho era a mesma merda de sempre. Antes até que gostava, mas agora era diferente, eu sabia que a veria depois do expediente e isso me deixava ansiosa. Odiando todos os minutos e pessoas que tornavam o dia mais prolongado. Olhei pro relógio e ainda faltavam 10 minutos, catei minha bolsa e sai pela porta murmurando um "foda-se". Acendi meu bom e velho cigarro e me pus a caminhar pro apartamento de Cher. Coração parecia uma escola de samba.

...

Bati a porta tantas vezes que cansei, forcei a maçaneta e a porta estava aberta, entrei pé por pé escutando um farfalhar de papéis vindos do quarto. Me escorei na porta vendo Cher sentada aos pés da cama em meio a dezenas de fotos, entendi porque ela não me ouvia, estava com os fones de ouvido. Olhei mais fixamente e percebi que eram fotos minhas, incluindo algumas nuas. Ela as estava colocando em um pequeno mural, prendendo-as com alfinetes de varias cores. Abri a boca abobada, e me aproximei puxando os fones dela. 

A- Que diabos se ta fazendo?

Seus olhos brilharam e ela se pôs em pé pulando sem nenhuma preocupação no meu colo. Senti aquele calor, aquele cheiro, seu toque ... meu coração pulava no peito junto dos arrepios que meu corpo sofria. Apertei-a nos meus braços me esquecendo das fotos, afundei meu nariz nos seus cabelos negros falando baixinho que estava com saudades. Não houve resposta, mas sua boca resvalou pelo meu pescoço, mordiscando meu maxilar e tomando contada por fim da minha boca. Era o beijo mais perfeito de todo o mundo. Segurei seus cabelos com força, sentindo meu corpo esquentar em segundos, mas a parei lembrando da cena que vi da porta. Soltei-a olhando pro chão.

A- Que isso?
C- Fotos oras, vou fazer um mural pra colocar no Studio.
A- Ok, mas pelo amor de deus não coloque aquelas. (apontando as que eu não tinha nenhuma roupa)
C- Claro que não, não quero que ninguém veja o que é meu. (torceu a boca) E dela. (fechou o semblante)

Não sabia o que dizer mas senti que ela ficou chateada, acho que isso doía nela. Tomei-a no meu abraço e a puxei pra sentar na cama comigo. Fiquei longos minutos acarinhando seus cabelos até que o silêncio fossde rompido por sua doce e sensual voz.

C- Cê ainda não decidiu.
A- Já, só não me pergunte, eu ainda to pensando como fazer o que deve ser feito.
C- Ah, tudo bem então.

Foi engatinhando pelo meu corpo, se forçando por entre as minhas pernas até então fechadas, segurei o ar quando seu sexo colou no meu ainda por baixo do short. Ri a jogando pro lado e subindo o mais rápido possível sobre ela. Sabia que se eu vacilasse ela me dominaria de novo.

A- Meus dias de mulher vão te fazer minha vadia hoje.
C- Como assim? (rindo cinicamente)
A- Que eu estou impedida de dar pra você, por isso vou te comer bem gostoso. (mordi a pontinha da orelha dela)
C- Falou a ativa.

Segurei a gola da regata que ela usava e rasguei em dois, jogando-os no chão, olhei pra ela me perguntando se ela iria continuar com o deboche. Sorri distribuindo dezenas de mordidas por aqueles seios tão conhecidos pela minha boca. Vi seus olhos correrem desesperados pelas marcas arroxeadas que se formaram neles. Sabia que ela não ia dizer nada, aquela carinha de cretina só me dizia uma coisa "me fode".

Desci minhas mãos arrancando em segundos o short e a calcinha que ela usava, seus olhos ficavam cada vez mais desesperados. Suas mãos segurando com firmeza os meus cabelos e seus murmúrios me enlouquecendo. Ri descendo minha língua pela barriga dela, num único e preciso movimento, vendo seu ventre contrair em resposta. 

C- Não tortura cachorra.
A- A unica cachorra aqui é você.

Espalmei minha mão aberta em sua bunda, sentindo suas mãos apertarem mais ainda e um urro ecoar pelo quarto. Sua boca gemeu "bate" entre dentes. Mordisquei seu sexo, envolvendo aquele clitóris inchadinho na minha boca, chupando com muita vontade. Saudade daquele gosto, daquele calor.

C- Amor.

Suspirei em respostas aos seus gemidos e soquei meus dedos com força, sentindo seu rebolado ficar cada vez mais frenético. Entrava com força e saia de vagar, escutando ela pedir pra não parar. Ri subindo com pequenos beijinhos por uma de suas coxas, ela me olhou incrédula e agarrou meus cabelos me forçando contra seu sexo.

C- Chupa vagabunda.

Me arrepiei com sua ordem e me pus a chupar com força, esfregando minha língua pelo seu clitóris. Conhecia como ninguém seus sinais. E nunca me cansava de vê-la daquela forma, se desmanchando na minha boca.

C- Não para ... vou ... vou gozar pra você.

E como se fosse meu doce predileto, limpei tudo que emanava de seu sexo, enquanto aquele corpo branquinho e tatuado tremia incessantemente nas minhas mãos. Sorri subindo pra deitar-me ao lado dela. Sua boca distribui pequenos beijinhos pelo meu ombro, e eu ali perdida desejava profundamente não ter que sair daquela cama nunca mais "nunca mais", murmurei pra mim mesma.

C- O que?
A- Tenho que ir.
C- Já?
C- Ela ... ela ta me esperando.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tortura mental

Mordia a barriga dela, tentando me concentrar e fazer aquilo direito, senti seus dedos refugiados por entre meus cabelos me puxarem pra cima. Encarei seus olhos negros de tesão e um tanto desesperados me perguntando silenciosamente o que eu tinha de errado. Exitei suspirando e me deixando cair ao seu lado respirando fundo e falando entrecortadamente.

A- Acho que ... to ficando broxa amor. (dando um tom brincalhão a voz tremula)
R- Ta com algum problema no trampo? (sentando com seu sexo na minha barriga, molhando-a)
A- Pessoas irritantes só, e medo das mudanças que planejo. (mordiscando meu lábio nervosa)
R- Facul? (se roçando fingidamente em mim)
A- É ...


Segurei sua cintura, girando e a largando com vontade contra o colchão. Subi minha língua desde o umbigo dela até o queixo, salpicando molhados e demorados selinhos em sua boca. Subindo no mesmo trajeto e roubando o lóbulo de sua orelha por entre os meus dentes. Mordi deixando meu hálito se espalhar quente por entre seus cabelos "nem ta preocupada com minha "broxisse", vc é muito cretina". Senti suas me arranharem as costas e sua voz mais que sapeca falando baixo pelo tesão contido nela.


R- Compramos viagra então. (rindo copiosamente)
A- Não preciso disso.

Desci minha boca de volta ao umbigo dela, afim de acabar logo com aquilo. Rafaela era o tipo de pessoa meiga e carinhosa, mas sabia como ela ficava se a negasse algo. Mordi a parte inter de sua coxa, roçando a ponta do nariz pelos grandes lábios de seu sexo. Não importava o que acontecia na minha cabeça e coração, aquele cheiro me inebriava, me tirava de mim. Passei a língua já sem muita paciência escutando seus gemidos ficarem cada vez mais altos e encorpados, aquele barulho bem conhecido de seus anéis se chocando contra o cobre das grades da cama, seus dedos agarrando o ferro como se ela os quisesse arrancar do lugar. Sua mão correu agarrando a minha  a forçando espalmada contra sua coxa. Ri com a boca grudada em seu clitóris durinho e acarinhei sua cocha, erguendo e a espalmando com força, sentindo ela se retrair e erguer as costas da cama, me oferecendo com mais vontade o seu sexo. Suguei mais forte sentindo ele se contrair na minha boca e seu grito alto no inicio e rouco ao fim sumindo. Beijei com carinho cada pedacinho de volta a sua boca, sentindo ela me apertar em seus braços e dizer com a voz fraca "te amo". Sussurrei o mesmo de volta caindo ao lado e a aconchegando em meu ombro.


(...)


Escutei sua respiração pesada, ressonando baixinho. Me desvencilhei com carinho, saindo sorrateira da cama e indo até a área da frente, passavam das 1:45 da manhã, o bairro onde morava era calma por isso não senti medo algum de sair. Me sentei na rede apoiando os cotovelos nos joelhos e o rosto nas mãos. Puxava despreocupada a fumaça do cigarro, vendo o movimento que ela fazia ao não receber nenhum "tapinha" do vendo assanhado. Olhei pra mureta na minha frente, com uma marca de all-star marcada nele.
Ri ao lembrar quando Cher havia pisado no asfalto recém feito e sem querer marcou a mureta, a 5 anos atras. Instintivamente seus olhos, sua voz, seu cheiro tomou conta de mim, larguei o cigarro no vaso de flor e mordi o lábio. Ergui o rosto me deixando vencer pelos olhos marejados e senti as lágrimas correndo pelo meu queixo. Balancei a cabeça murmurando "eu acabei de transar com a Rafa, não vou pensar em você Cher, não agora". Levantei trancando a porta e voltando a me deitar em silêncio ao lado dela, senti seu braço cingindo minha cintura, segurei sua mão sobre a minha barriga e fechei os olhos pedindo baixinho pro sono me vencer.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Decisões :x

Engoli a saliva excessiva que se acumulava na minha boca, ainda com os olhos grudados aos dela. Levante colocando as mãos nos bolsos e olhando furtiva pela janela, levemente escorada na parede.

A- O que você quer Cher?
C- Quero que você pare de ser idiota e perceba que você nunca deixou de ser minha.

Caminhou e tocou o indicador no lado esquerdo do meu peito me olhando daquele jeito, do mesmo jeito que me olhou após a nossa primeira vez a quase 5 anos atras.

C- Ele nunca me esqueceu, eu sei.
A- Você acha que sabe tudo.
C- As vezes, mas dessa vez eu to mentindo? (se sentando no batente da janela e me olhando fixo)
A- (suspirei olhando pro chão) Não.

Relaxei me deixando cair contra o peito dela, seu toque era tão perfeito quanto a anos atras, o jeitinho como mexia no meu cabelo, os arrepios que sentia quando ela deslisava a pontinha das unhas -ainda que curtas- pelo centro das minhas costas. Sorri sentindo o sussurrar dela, tentando fazer algum ritmo conhecido atingir meus ouvidos, a apertei o mais forte que pude, suspirando contra o pescoço cheiroso dela.


Me afastei sentando no sofá e roubando um dos cigarros dela, sabia que não precisava pedir, sentei no sofá, vendo-a se ajoelhar na minha frente me olhando em silêncio. O tic-tac nervoso do relógio era mais alto que que qualquer som nosso. Rompi o silêncio soltando a fumaça por sobre os cabelos negros dela.

A- Eu ... to a 5 anos com a Rafa, é muito tempo, mais que um casamento mesmo que não oficializado. Como é que eu vou chegar e ... acabar, apagar 5 anos assim, jogar no lixo?
C- E pode jogar no lixo o que agente sente uma pela outra? Eu sei, eu sinto ... você reage a mim com a mesma intensidade em que nos conhecemos, você me ama.
A- Eu não sei o que fazer.
C- Fica comigo? Pra sempre dessa vez. (pegando minhas mãos e as apertando com carinho)
A- Não posso decidir assim.
C- Você tem o tempo que precisar.

Me inclinei sem cerimonia mordiscando aquele lábio perfeito e convidativo. Sentindo seu corpo sendo jogado por cima do meu colo e me beijando com vontade e delicadeza. Nos beijamos por minutos a fio, virei o rosto pro lado puxando o ar com dificuldade, sentindo suas mãos já vasculhando o perímetro dos botões da minha calça. Mordi seu pescoço arrancando um sussurro inaudível e catei os pulsos dela os segurando apertados atras de suas costas. Me olhou rebolando sugestivamente no meu colo e a puxei pro meu abraço, falando baixinho "não posso, tenho alguém me esperando em casa". Senti um bufar contra meu pescoço e ela pulando do meu colo. Me ergui ajeitando a roupa e a abraçando por trás "desculpa".


C- Ta tudo bem, mas quando nos vemos? (virando de frente pra mim)
A- Amanhã é sábado, então até segunda não dá, Rafa vai estar o tempo todo em casa.
C- Vou morrer sem poder te ver até segunda.]
A- Eu também.
C- Você vem mesmo, quero ver como ta a cicatrização da tatuagem e ver se já da pra pintar.
A- T a bom.


Olhei o celular e dei um beijo lento nela, tentando gravar cada sensação que aquele beijo me causava. Abri a porta dando um ultimo selinho e saindo sem dizer nada, era difícil dizer tchau. 

(..)


Entrei na sala equilibrando uma lasanha instantânea e um litro de coca-cola com a minha bolsa. Vi ela correr da porta da cozinha e se apossar do refrigerante. Ri murmurando um oi baixinho e me inclinei pra roubar um selinho que se tornou um beijo, graças ao puxão que ela me deu.

R- Onde minha princesa estava?
A- Fui olhar um lance sobre a facul. E passei no mercado

Caminhei até a cozinha colocando a lasanha no microondas e ajeitando os pratos na mesa.

R- Se vai mesmo sair do trampo?
A- Não, vou continuar enquanto conseguir conciliar com tudo.

Senti sua risada ecoar pela cozinha e ergui o rosto dando de cara com sua boca a centímetros da minha. Me pressionou contra a mesa e mordeu minha bochecha, pirraçando e me mostrando a língua. Ri jogando os braços em torno do seu pescoço e beijando aquela boca rosadinha com vontade. Mas o "bip" do microondas nos chamou a atenção. Pedi pra ela tirar a lasanha enquanto ia ao banheiro, fiz xixi e mordi o lábio ao ver que minhas regras tinha descido, virei pro espelho lavando as mãos e murmurando um "arghhh". Voltei sentando na mesa e servindo o prato dela e em seguida o meu.

R- Não vou trabalhar amanhã, isso significa que vou te aproveitar muito hoje a noite.
A- (Ri alto) Não vai, EU trabalho ... e além do mais estou oficialmente menstruada. (rindo da carinha de decepção dela)
R- Isso é injusto.
A- É o que você pensa, eu ainda posso te aproveitar. (piscando e começando a comer)

Eu já era cretina e filha da puta, qual diferença continuar agindo como boa esposa até me decidir, até por que ela desconfiaria de algo.


(...)

Terminamos de comer e a vi saltitando na minha frente em direção ao quarto, dei um tapa na bunda dela falando num grunhido "vadia". Ri ao ter como resposta um "mas cê gosta".

quinta-feira, 29 de março de 2012

Não faz assim.

Tudo que eu menos queria era acordar, mas nada é como agente quer. Estendi a mão ainda de olhos fechados sentindo os lençóis vazios mas uma rosa posta sobre o travesseiro onde ela deveria estar. Sentei, trazendo ela ao meu rosto e sentindo o cheirinho me invadir e os pensamentos -mais que corretos- me acusarem. 

Catei um camisetão no roupeiro e me sentei na mesa da cozinha, ajeitei na maior preguiça um café e somente o café .. me olhei no reflexo do fogão, beberiquei o liquido preto me comparando a borra no filtro do café, suja, falsa. Fechei os olhos murmurando um 'idiota' pra mim mesma e me dirigindo pro banheiro. Tentei, juro que tentei me esconder debaixo de 45 minutos de água quentinha, mas infelizmente isso não ajudaria.

Toda aquela merda tinha voltado e eu não conseguia mais tirar os pensamentos dela, dos olhos azuis, das tatuagens, dos gemidos, daquela mulher. Por que essa porra de amor tem que voltar? Perguntei me xingando mentalmente por fazer uma pergunta tão difícil.


(...)


Ajeitei a camisa do uniforme e dei uma ultima tragada no cigarro, jogando-o dentro do bueiro. Não tinha, definitivamente, ânimo pra trabalhar ... mas ser demitida agora não seria o ideal. Longas horas, e eu ali atendendo feito um zumbi as muitas (por que?) pessoas que chegavam, me abaixei pegando um bloco e ouvi uma voz, A voz, dela, dos olhos azuis que encontrei assim que levantei.

A- Que cê ta..aaa fazendo aqui?
C- Vim te ver.
A- Como sabe onde eu trabalho? 
C- Tenho meus modos de descobrir.

Olhei pra loja (milagre) vazia e voltei os olhos mais que nervosos pra ela.

A- Cê tem noção da merda que vai dar se alguém contar pra Rafa que você veio aqui? Ou ela mesma me ver com você?
C- Eu sei (baixou os olhos jogando minha caneta entre os dedos, de um lado pro outro}Mas eu queria conversar contigo.
A- Mas aqui não dá.
C- Na minha casa?

Mordi o lábio imaginando e tendo a certeza no que acabaria essa dita conversa .

A- Ta meu, só ... agora vai, eu passo depois do serviço lá.
C- Vou te esperar.

Se debruçou sobre a bancada e me roubou um selinho descaradamente. Corei olhando pros lados, rezando pra que ninguém tivesse visto. E me deixei cair sentada na cadeira. Todos os meus pensamentos gritavam a mesma coisa, a uma velocidade incrível. 'Sou uma cretina de marca maior'. Mordi o lábio aguentando firme as ultimas 3 horas que me restavam na loja, antes de ir encontrá-la.

Acendi o cigarro olhando firme pra mesma janela do dia anterior, claro que não era a dela, mas me fazia lembrar da tarde que passamos, tentei desistir, tentei me forçar a ir embora, mas lá estava eu com o dedo na campainha dela. Fitando os olhos azuis donos do corpo que estava estupendo dentro da cueca preta boxer, suspirei deixando-a me puxar pra dentro e me sentei no sofá, fingindo ela não estar com aqueles trajes.

A- Qual é o assunto?
C- Como assim 'qual o assunto'??? Agente porra, você ... (pigarreando) você acha que é assim, me deixa te amando por todos esses anos, agente se encontra, se ama ... e você acha que não temos nada pra conversar?
A- Ei, ei ... calma. Você tem que entender que eu tenho a Rafa, você foi embora ... você decidiu me deixar.
C- Você decidiu por ela antes.

Engoli em seco cruzando minhas mãos num nervosismo sem explicação. Olhei pra ela, suspirando envergonhada.


A- Eu ...
C- Você ... ?

'A Cara, não faz isso, não me obriga, você sabe, sabe que te amo, que te quero, que eu preciso de você, que minha pele, meu coração ta gritando por você desde ontem, eu realmente não preciso dizer isso.' Pensei comigo, mas não consegui falar, travei ... naqueles olhos azuis de sempre.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Mentiras em cima de mentiras

Desci da porra do táxi caminhando apressada até a porta de casa, entrei com cuidado vendo-a sentada na sala, afundada no sofá fumando um cigarro, tava com cara de quem estava ali a horas. Mordi o lábio indo até ela, tentando transparecer naturalidade. Pensei numa desculpa e me joguei no sofá deitando a cabeça no colo dela. Me olhou como se dissesse "que se ta fazendo porra?". Suspirei baixinho falando com calma "Faz tempo que chegou amor?". Escutei sua respiração pesando e me olhou seca, apagou o cigarro no cinzeiro.

R- Onde ce tava? Eu tenho cara de idiota ou o que?
A- Ei ei, calma, ta maluca, meu celular tava no silencioso dentro da bolsa, só vi agora pouco antes de voltar.
R- Voltar de onde?
A- Eu fui na casa Lissa, sabe? Aquela la do serviço, to afim de largar o trampo e fazer minha faculdade de Desenho Industrial.

Olhei com muita calma, tentando esconder toda a minha tarde la no mais fundo de mim. Ela me olhou por longos segundos , suspirou e desceu as mãos pelo meu cabelo, fazendo um carinho gostoso. Falou entrecortadamente, quase gaguejando "po..podia ter avisaado, fiquei preocupada." Sorri satisfeita por ter escapado, mas destruída por estar mentindo.Estendi a mão catando um cigarro e roubando o isqueiro dela, acendi falando pausadamente "as duas vezes que tentei deu caixa postal", arrisquei mentir e pra mim surpresa e sorte o celular dela havia descarregado assim que ela chegou em casa. Levantei tragando o cigarro e o passando pra ela.

A- Vou tomar banho, prq você ta cheirosinha, quero ficar pra você.

Me inclinei roubando um selinho estalado, escutando o barulho seguido de um sorriso dela.

R- Ta bom, te espero na nossa cama. (piscando com a carinha mais cretina do mundo)

Corri me enfiando ainda de calcinha e sutiã embaixo d'água, olhei pros desenhos desconexos do box e escorreguei caindo sentada no piso gelado do banheiro. Segurei o choro pra não ter que dar desculpas. Fiquei naquele martírio pessoal cerca de 10 minutos e me ergui terminando a porra daquele banho, antes que ela fosse me buscar la.

Caminhei aos tropeços pelo quarto vestindo minha cueca e me jogando de bruços ao lado dela. Tentando afastar os pensamentos, os olhos azuis, os cabelos negros, a porra daquele corpo tatuado. Sorri de olhos fechados, sentindo seus dedos correndo pelas minhas costas. Senti sua mãos apertar meu braço e abri os olhos olhando pra ele, um roxo gigante na altura do meu ombro. Olhei pra ela que fitava a mancha com os pensamentos que qualquer uma teria. Olhei nervosa pra ela falando baixinho "bati na porta do carro.", sorrindo de lado e vendo-a se tranquilizar.

Eu tinha que pensar no que fazer, mas não podia ficar nessa situação, entrelacei minhas pernas nas dela, e aconchegando contra o seu peito e relaxando com o carinho dela, finalmente me desvencilhando dos pensamentos e caindo no sono. Graças a Deus.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Matei a saudade e a mim

-Eram aqueles dedos gelados que eu esperei, que eu desejei em todos esses anos, nada mais me importava, eu tinha eles de volta naquele momento ali, e eu iria até o fim.-

Ofeguei baixinho contra a boca dela como num pedido súplice pra me dar ar, me dar tempo de respirar, aqueles olhos azuis correram pelos meus, queimando cada centímetro do meu corpo -malditos olhos azuis- frágil. Mordi a boca dela em resposta, me jogando naquela fogueira que ela tinha acendido. Aqueles dedos corriam com conhecimento e rapidez pelas minhas costas, erguendo minha blusa e me fazendo arrancá-la mais apressada que ela. Nossos olhos nãos desgrudavam, não tinha como, era como se cada minutos desses anos longe estivessem sendo apagados no nosso olhar. Desceu os dedos pelas laterais do meu short o abaixando e mordendo minha barriga, suspirei agarrando aqueles cabelos negros, cheirosos e macios e a puxei pra mim, arrancando impaciente o sutiã e o short de corrida. Aquelas mãos me empurraram ali mesmo no sofá e me deixou ter uma visão perfeita daquele corpo tatuado numa cueca boxer branca, deixando tudo mais sexy, levantei de novo pirando com aquela lerdeza dela, o que a fez ver a minha vontade. Pisei no fio do telefone o chutando e o derrubando em cima do sofá, caminhando aos esbarrões, sedo conduzida por aquelas mãos no meu rosto, sem desgrudar da minha boca. Olhei enquanto ela entrava no box do banheiro e a água começando a cair, recostei enquanto observava ela debaixo daquela água.

C- Vai ficar ai?

Obviamente não, andei desajeitada resvalando com o resto do shampoo que corria pelo ralo, me segurei nela, nos colando contra a parede, sentindo seu sexo nu contra a minha coxa.Eu já não tinha mais paciência, e nem a ingenuidade da época em que namoramos. Sorri descendo a boca direto nos biquinhos que roçavam pelos meus, mordendo forte e o puxando entre os dentes, arrancando um suspiro que não ouvia a anos. Desci minha língua pela barriga dela, como se contornasse todas as linhas das inúmeras tatuagens dela, erguendo habilmente uma perna e a pondo sobre o meu ombro, fazendo o mesmo com a outra. Seus olhos me olhavam, implorando em silêncio por mim, aproximei a boca dando um chupão no clitóris dela, falando entre dentes "Pede, pede direitinho o que você quer.". Fiquei roçando meus lábios pelo clitóris dela, sem realmente o tocar, eu sabia que ela iria ceder.


Sua mão invadiu meu cabelo me puxando bruscamente contra o seu sexo, falando num grunhido "Me chupa logo porra". Ri baixinho socando minha língua varias vezes seguidas na entradinha dela, melando todo meu queixo com o liquido dela. Eu nunca esqueci daquele gosto, daquele cheiro, daquele corpo. Tudo que desejei naquele momento era o gozo dela, vindo minutos depois num grito que tomou conta do banheiro, e espasmos intercalados, me olhando e rosnando entre dentes.

Eu não imaginava que um dia teria ela de volta, muito menos que seria assim, que essa porra de amor voltaria junto. Toda a saudade, todos os anos jogados fora foram merecidamente descontados naquela tarde, nos meus orgasmos infindáveis, na porta do banheiro ajoelhada no rosto dela, na cama, no chão. Minha exaustão me fez dormir sobre o ventre dela, jogadas de qualquer forma sobre o tapete fofinho que ficava aos pés da cama.

Talvez esses anos nunca tenham existido, e eu só estava fazendo parte de um grande pesadelo. Quem dera. Senti um carinho gostoso no meu cabelo, resmunguei em um som inaudível abrindo meus olhos pra ver seu rosto apoiado num travesseiro, me olhando diretamente. Meu coração veio na boca e levantei num salto, tentando lembrar onde tava a porra do meu celular. Ela não entendia, perguntava baixo o que tinha acontecido, o que ela tinha feito. Corri até a sala achando minha bolsa e junto meu celular, olhei suspirando ao ver a hora marcando 21:37 e 18 chamadas não atendidas. Olhei pra baixo murmurando um 'merda'. Ela entrou aos tropeços na sala, colocando a cueca e me olhando sem expressão.

C- Que que aconteceu porra? Que eu te fiz? 

Subi minha calça pelas pernas, puxando a blusa pra baixo e fechando o fecho da calça de qualquer jeito, olhei pra ela, colocando os tênis mais que rápido e falando num tom baixo "eu tenho mulher.". Seus lábios se afundaram numa linha fina e escura me mostrando o desapontamento. Catei minha bolça, e fui até ela segurando nas mãos agora quentes, talvez de ódio.

A- Eu to com a Rafa desde que você foi embora, agente ... agente mora junto. Eu .. eu ... me desculpa, eu não posso.

Me aproximei pra dar um beijo de despedida, e ela virou apertando os olhos, segurando um pseudo choro. Aquele não era o momento, eu não podia ficar ali dando assistência, pedi desculpas novamente, saindo sem ao menos olhar pra trás. Eu acho que a essa altura eu nem tinha mais mulher.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Não querer fugir, eis a questão.

Meu sorriso era mais uma linha que insistia em se curvar, mas eu precisava mantê-lo, afinal pra quem estava na empolgação pela tatuagem agora estar com essa cara, não iria enganar ninguém. Levantei depois de uma noite inteira sem dormir, caminhando da cozinha pro quarto, do quarto pro banheiro, entre copos e copos infindáveis de água e consequentemente bexiga cheia. Sentei na cama fitando o relógio acima da cabeceira, 05:45 da manha, suspirei pensando em tomar uma banho, mas senti uma mão me segurando pelo punho.

R- Onde cê vai? (falando  com a voz rouca)
A- Tomar um banho, amor.
R- Fica aqui (levantou a cabeço olhando o relógio), tá super cedo, ainda tenho 1 hora pra ficar na cama com vc.

Dei um meio sorriso e voltei me aconchegando nos braços dela. Olhei pro seu rosto, ainda com os olhos fechados, deslisei o indicador por todas as linhas que faziam do rosto dela uma perfeição. Como eu poderia deixar dela? Nossa, escondi meu rosto no pescoço dela me mutilando mentalmente por ter tido esse pensamento. Senti um cheirinho tão gostoso e familiar, fechei os olhos e por alguns segundos vi a Cher na minha mente, desejei que fosse ela ali. Levantei num pulo e sem mais dizer fui pro banheiro. Ainda escutei ela me chamar, mas era muita coisa pra mim, não podia ficar pensando na Cher, não perto da Rafa. Tomei meu banho e fiquei o resto da manha fugindo dos meus pensamentos em frente a tv, minha folga tava sendo um terror. 


Eu não podia, mas eu queria. Vesti uma roupa o mais rápido possível, catei minha bolsa e sai com o telefone em mãos ... chamando um táxi. Fui o caminho todo olhando a porra do cartão dela. Mordi o lábio descendo e nem me preocupando com o troco. Sentei no banco do outro lado da rua acendendo meu cigarro e olhando pra cima, como se esperasse que minha Rapunzel joga-se suas tranças. Senti alguém sentando ao meu lado e olhei me assustando.

C- Bonito o prédio né? Alias boa tarde.

Eu to fodida, agora o que eu digo? Não tem como inventar desculpa, eu estava aqui por ela e tava na cara que ela sabia disso. Filha da puta.

A- Boo...oaa tarde. (voltei os olhos pro prédio) É sim.
C- Me oferece um? (indicando o cigarro com a cabeça) Deixei a carteira la em cima.
A- Cla...aaaaro. (sorrindo) Você tava correndo? (entregando o cigarro a ela)
C- Sim, eu corro nesse horário, e você que faz aqui? Alias nem sabia que você fumava.
A- Eu ... eu ... tava andando, minha folga hoje. Eu fumo tem uns 4 anos.

Me olhou com um sorriso inconfundível, o mesmo que me deu após a nossa primeira vez enquanto me acalmava psicologicamente. Mordi o lábio fitando a boca dela e desviando rapidamente os olhos pro meu tênis. Vi ela se levantar pelo canto do olho. Levantei o queixo, olhando naqueles olhos azuis, malditos olhos azuis que me deixavam feito idiota.

C- Vou subir, hm ... vem? Vou te devolver o cigarro.
A- Não precisa, eu ... 
C- Faço questão.

Tirou as chaves do bolço e foi me puxando pela mão, suspirei me dando por vencida e entrando no prédio. Aquele silêncio no elevador e nosso 'encontrão' na porta da casa dela ... era tão constrangedor. Sorri lembrando do dia anterior, nem percebi ela estar a meio metro na minha frente. Ela me alcançou o cigarro e claro ... me atrapalhei deixando-o cair. Ela o juntou chegando mais perto, podia sentir a respiração dela na minha boca.

A- Por que isso Che...eeer? (sussurando deolhos fechados)
C- Shiu .

Suas mãos geladas seguraram meu rosto e eu me deixei, me larguei naquele beijo que eu tanto conhecia, naquelas mãos que eu tanto amei nesses anos, sim ... eu nunca deixei de amar. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Por que?

Passei uma semana em cólicas de nervosa por causa da tatuagem, quase liguei informando minha desistência. Mas catei o pouco de coragem que eu tinha e coloquei a bolsa no ombro indo em direção ao ponto de ônibus. É, minha mulher me deixou a pé, teve que ir a uma cidade visinha, então teria que enfrentar a lotação. Sentei atras me esquivando de toda aquela gente estranha. Uma tortura de 25 minutos, mas que finalmente acabou quando desci na calçada a 2 quadras do apartamento da tatuadora, sim, sabe se la por que ela não montou um lugar próprio pra isso, mas a questão era que ela iria me atender no apartamento dela. Cheguei na portaria mostrando o cartão pro carinha que ficava ali e me dirigi ao elevador apertando o 9, mano ela não mora tão longe mas por que no 9º andar? 

Senti uma sensação estranha no estomago ao apertar a campainha, abri a bolsa catando o papel com o desenho da tatuagem e olhei pra frente quando a porta se abriu. Aqueles olhos, aquela boca, aquelas tatuagens tão conhecidas pelos meus dedos, pela minha boca, desmanchei meu sorriso tentando me manter em pé, mas não vi mais nada. Abri os olhos achando que arrecem estaria acordando, na minha casa, que nem havia saído ainda, mas aqueles olhos azuis não me deixaram acreditar naquilo. Levantei assustada me afastando dela, colocando as mãos no meu rosto, apavorada com aquilo, foram 5 anos, cinco anos tentando arrancar de mim aqueles olhos azuis, tentando esquecer que um dia a conheci, mas agora ela estava ali, de novo a poucos metros de mim, tão linda. [http://24.media.tumblr.com/tumblr_lxl0w13X3F1qi3tb0o1_400.jpg] Senti sua mão envolver um dos meus pulsos, retirando-o do meu rosto, me olhou fascinada, como se estivesse conferindo cada centímetro de mudança do meu rosto. Sorriu e sentou no sofá me fitando travessa.


C- Oi, você vai ficar o dia todo ai ... em pé?
A- Mas eu ... voce ..como ... ah shit! (andando em circulos)
C- Da pra parar? (me segurando pelos braços) Vem, quero ver o que voce vai tatuar.

Andamos até uma sala espaçosa, bem clara, mas com varios posteres, e uma cama daquelas tipo dentista, mas sem as aparelhagens. Sentei olhando ainda boba pra ela...

C- Trouxe o desenho?
A- Si...sim trouxe (o entregando pra ela)

Olhou atenciosa, e saiu do comodo com a folha na mão, voltou pedindo pra tirar as roupas da parte de cima, me deixando completamente vermelha e sem graça. Tirei a blusa pedindo pra ela abrir a emenda do meu sutiã, seus olhos correram rapidamente pelos meus seios, fugindo assim que os meus encontraram os dela, deitei a olhando mexer num outro tipo de folha, com o mesmo desenho só que maior, grudou sobre as minhas costas e sentou do meu lado.

C- Medo?
A- Pouquinho. Hãm ... dói?
C- Não muito, é suportável.
A- Que bom, então ... não vai me contar o que fez nesses 5 anos?
C- Eu ... fui embora e conheci uma garota que na época era tatuadora, terminei a escola e aprendi muita coisa com ela, agente (torcendo a boca) meio que morou junto, ai ela foi embora pra Londres e eu comecei a fazer curso pra tatuar, a 2 anos atras, e bem, fiz um pequeno sucesso por la e bem ... esse ano cansei de la, resolvi voltar ... abrir meu negocio aqui. Não esperava te encontrar, pra mim você ja tinha saido dessa cidade a tempos.
A- Poisé, mas não sai.


Ela levantou arrumando a maquina, provavelmente pra começar o sacrifício, pousou uma mão com a luva emborrachada na minha pele "Pronta?", fechei os olhos respondendo que sim, a dor era chata, encomodava, mas era suportável como ela disse. Foram 3 horas de tortura, ela pegou um espelho me mostrando o lindo trabalho, taquipariu ficou perfeita [http://27.media.tumblr.com/tumblr_lxl0xgbsvA1qi3tb0o1_500.jpg], tapou minhas costas com um tipo de plastico me dando todas as instruções de como cuidar, caminhamos até a porta da sala em silêncio, ela abriu me fitando desorientada.

C- Então, você volta daqui 2 semanas pra mim dar o retoque.
A- Ta, então eu vou indo (me inclinando pra apertar a mão dela)
C- Ta...ta bom (me puxou pela mão, deixando seus labios escaparem num selinho cheio de saudades), tchau então.
A- Tchau 

Virei chamando o elevador, antes que eu pirasse e acabasse voltando praquele apartamento pra acabar com a minha saudade dela. Cheguei na rua avistando o carro da Rafa, como combinado que ela iria me buscar, entrei nervosa dando um selinho rápido nela. Perguntou-me como foi, e eu disse em poucos detalhes dando a entender que foi torturante, disse que em casa mostraria, eu não conseguia tirar aqueles olhos da minha cabeça, precisava dar um jeito dela não desconfiar, porque eu devia estar super aérea, com uma cara de idiota. Mas como não estaria, 5 anos sem ver a Cher, e ela volta agora me fazendo sentir tudo aquilo de novo, por que?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tédio ;s

Abri meus olhos totalmente relaxada, o que um cochilo não faz. Olhei pro meu braço com uma marca super roxa e fusilei ela ainda dormindo, agora teria que apelar pra maquiagem, sim porque minha mãe não pode ver uma marca em mim que ja vem com os mesmos papos 'Mas filha me diz como é" "Violenta a noite/tarde/manhã ein" e bla bla bla, tudo que eu menos queria era ela perguntando da minha vida sexual. 

Levantei com cuidado pra não acordá-la e vesti minha roupa que havia sido abandonada no chão. Eu nunca gostei de limpar a casa, mas depois de praticamente 5 anos e casada como eu me encontro, aprendi até mesmo a cozinhar, e levo jeito pra isso ... ela adora minha comida. Sai catando as roupas sujas e colocando-as na maquina pra lavar enquanto eu limpava a cozinha e a sala, parecia a casa de dois furacões e não de duas mulheres, ri do meu pensamento juntando uma saia dela dos pés do sofá. Depois de dar uma de dona de casa precisava de mais um banho, claro. Entrei pé por pé no banheiro ja despida, entrando de baixo da água gelada, tava muito calor. Escutei a portinha do box abrindo e logo suas mãos estavam em torno da minha barriga, mordendo meu ombro. Sorri pousando minhas mãos em cima das dela, sobre a minha barriga.

R- Por que não me acordou pra te ajudar?
A- Tava tão linda dormindo que deu pena.
R- É mesmo? (mordendo forte meu pescoço)
A- Não Rafa! Olha (erguendo meu braço pra ela), sério ... não quero interrogatórios maternos.

Ela riu me virando de frente, enchendo meu rosto de beijinhos, misturados com a água que descia pelos nossos rostos, me abraçou forte praticamente me esmagando.

R- Eu te amo.
A- Eu também, amor.

Suas mãos escapavam pelo meu corpo querendo me acender de novo, mas eu a estapeava só de pirraça 'para amor, quase na hora deles chegarem, e eu ainda tenho que tapar meus roxinhos', mordi a boca dela escapando do box, a olhando pelo lado de fora, ri ao vê-la grudar seu corpo no vidro embaçado, deixando visíveis seus biquinhos, ergueu o indicador escrevendo no vidro 'por favor?', ri e balancei a cabeça negativamente saindo definitivamente do banheiro, seria muito risco fazer isso agora, quase na hora de todos chegarem. 

Tentei de tudo que eu pude, e consegui tapar as marcas mais visíveis do meu corpo, e la estava eu, tentando ser paciente diante da minha mãe e o restante, esses jantares eram de praxe, sempre a mesma coisa, presenitnho aqui, presentinho ali, boas horas de conversa, as fugidas da minha mãe pra me pegar sozinha e começar a me interrogar sobre como a Rafaela era na cama, isso me tirava do sério, eu ria caminhando pela casa com ela na minha cola. E por fim acabavam cansando e meu sogro tinha vôo logo cedo, acabavamos sozinhas, fechando a noite com ... um bom sono. Sim, não tem como mover um musculo de cansada depois dessas festinhas entediantes.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Love in the afternoon

Cheguei largando minha bolsa no chão as pés da cama e deixei meu corpo experimentar a sensação gostosa da cama geladinha, eu adorava isso. Mas Rafaela nunca me deixava aproveitar, ela mal me deixava descansar, e vinha me agarrando, ta eu adoro isso também, mas é tão gostoso isso. Fiquei passando as mãos sob a colcha gelada enquanto ela tomava banho. Cansei do meu minuto de criança e sentei na cama alcançando a bolsa, peguei o papel com o desenho da minha tatuagem e fiquei ali olhando por um bom tempo, até que escutei o chuveiro sendo desligado. Larguei o papel sobre a cama e me dirigi ao roupeiro catando uma roupa qualquer, joguei a toalha sobre o ombro e caminhei até o banheiro. Fiquei admirando-a enquanto largava minhas roupas na bancada, sorri ao encontrar seus olhos cor de mel. Ela era tão linda, me fazia ficar boba com seu encanto todo, tanto que me hipnotizava, sem perceber já estava sendo grudada contra a bancada.

A- Hey (fugindo da boca dela) , calma apressadinha, posso tomar banho primeiro?
R- (mordendo seu próprio labio) pode sim.

Me deu um beijo lento cheio de carinho, como se me desse uma pequena amostra do que eu teria ao sair do banho. Sorri dando um tapa na bunda dela assim que ela virou de costas saindo pela porta do banheiro, me olhou travessa e saiu sem nada dizer. Liguei o chuveiro tentando não me incomodar com o que viria mais a noite, sim todos os meus aniversários minha mãe e o Tiago vinham pra cá, e conseqüentemente o pai da Rafa também vinha. Eu realmente não gosto dessas festinhas e jantares sabe, me estressa. Eu prefiro mil vezes ficar com ela aqui no nosso quarto, recebendo todos os beijos dela, do que estar fazendo sala pra parentes, sei la, sei que sou estranha, mas eu tinha que fazer isso. Meu sogro trabalhava fora do país e vinha 2 vezes no ano pra cá, no meu aniversário e no da Rafa. Não poderia jamais fazer essa desfeita. Mordi o lábio terminando de tirar todo o shampoo do meu cabelo, olhei pro espelho balançando a cabeça negativamente e desliguei o chuveiro, olhei pras minhas roupas em cima da bancada e olhei de relance pro quarto, rindo de mim mesma, as peguei e pus sob o braço entrando no quarto totalmente nua. Olhei pra ela, que se encontrava da mesma forma deitada na cama, mordi o lábio deixando minhas roupas caírem no chão. Aquela pele branquinha me tirava do sério, beijei seu ombro enquanto recostava minha cabeça por ali.

A- Ta pensando no que?
R- No quanto você deve estar irritadinha por causa da janta de hoje a noite.
A- Não eu to bem (olhei em volta), e por falar nisso tenho que dar um jeito na cozinha e na sala.

Seu braço sumiu debaixo da minha cabeça e em poucos segundos ela estava de 4 sobre mim, foi chegando pertinho roçando seus lábios pelos meus carinhosamente, sussurrando entre beijinhos molhados até a ponta da minha orelha 'depois linda'. Cada toque dela, era como se meu corpo reagisse cada vez mais em um nível mais alto, suas mãos escorregavam pela minha barriga arranhando-a com leveza e calma, numa tortura horrível, coloquei as mãos nos seios dela massageando com calma, vi seu sorriso brilhar e rapidamente sua mão segurar meus pulsos sobre o colchão, ela gostava de me enlouquecer, aquela boca vagando sem pressa pelos meus biquinhos entre mordidinhas e chupões que me deixavam cada vez mais com manchas arroxeadas. Era inevitável não arrepiar e gemer sem nenhum tipo de controle 'a..amor não tor..tortuura aassim', disse quando senti sua língua deslisando pelo meu ventre, descendo pela minha coxa, instintivamente abri mais minhas pernas tentando controlar alguns gemidos, em vão! Assim que sua língua me invadiu senti os músculos da minha barriga retesarem, e os gemidos saírem sem aviso nenhum. Meu sexo queimava a cada vez que sentia sua língua perdida no meu clitóris, enruguei a testa sentindo cada solavanco que meu corpo dava com os movimentos dos dedos dela dentro de mim, minhas mãos livre correram entre os cabelos dela apertando com força, a puxando cada vez mais pra mim, como se quisesse que ela entrasse no meu sexo, A combinação de seus dedos e sua língua em mim me fizeram soltar um grito mais alto, suspendendo a respiração sentindo o orgasmo chegando, tremi arqueando o corpo, tendo espasmos fortíssimos, sentindo todo meu intimo pulsar descontroladamente na boca dela. Fechei os olhos gemendo com dificuldade, minha voz rouca chamando pelo nome dela, sentindo todas as correntes elétricas que corriam pelo meu corpo começarem a diminuir, larguei meu corpo sem forças sobre a cama, passando minhas mãos pelo rosto. Seus beijinhos subiram pela minha barriga e tomaram conta da minha boca me fazendo sentir meu próprio gosto. E daquela boca linda ela sussurrou 'eu te amo minha linda', tudo que eu tinha em mente, toda a tortura que eu planejava pra ela foi por água a baixo, instintivamente me apoderei daquela boca, daquele corpo, da pele branquinha, daquele olhar que me olhava cheio de carinho enquanto seu corpo tremia nas minhas mãos. E realmente era magico, cada detalhe. Coloquei o celular despertar pra tirar ao menos 1 hora de sono com ela, puxei o lençol por cima de nós deitando no peito dela, sorrindo ao escutar sua respiração pesada, ainda se recuperando.